cedimp otimizado ezgif.com gif to avif converter

Moraes autoriza acareação entre Cid e Marcelo Câmara na ação sobre tentativa de golpe

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid 24/08/2023 REUTERS/Adriano Machado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (6) a acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara, no âmbito da ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado articulada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi antecipada pela CNN Brasil.


A solicitação partiu da defesa de Marcelo Câmara, que busca confrontar declarações prestadas por Cid, as quais apontam o coronel como responsável pelo monitoramento ilegal de autoridades, incluindo o próprio Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).


De acordo com os advogados de Marcelo Câmara, a versão de Cid, prestada em delação premiada, é “incongruente” e “dissociada dos demais elementos de prova” constantes nos autos.


A defesa questiona a veracidade da acusação de que o coronel teria monitorado a chapa eleita em 2022 e autoridades do Judiciário, especialmente por não haver outros elementos que confirmem essa conduta no processo.


Segundo a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR), o monitoramento teria ocorrido antes da diplomação de Lula e Alckmin, durante o período em que Câmara atuava como assessor direto de Bolsonaro no Palácio do Planalto.


Tentativa de obstrução

O coronel Marcelo Câmara é um dos réus do núcleo 2 da trama golpista, que reúne militares ligados ao entorno direto do ex-presidente. Ele está preso preventivamente e é apontado como uma das peças centrais da estrutura paralela que operava dentro do gabinete presidencial.


Além de réu, Câmara é investigado por obstrução de Justiça — segundo a PF, ele teria tentado entrar em contato com Mauro Cid após o avanço das investigações, o que pode configurar tentativa de interferência no processo judicial.


Outras acareações

A decisão de Moraes se soma a outras acareações já autorizadas no núcleo 1 da investigação. O ministro autorizou que Cid fosse confrontado com o general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, com o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, e com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.


As acareações são consideradas estratégicas pela Corte para esclarecer contradições nos depoimentos e aprofundar a responsabilização penal dos envolvidos na tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias