O pastor Silas Malafaia foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF) ao desembarcar de voo que voltava de Lisboa. O pastor foi proibido de deixar o país, com a justificativa de atrapalhar o processo em Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.
A medida foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido da PF no inquérito que investiga a tentativa de Jair Bolsonaro (PL) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de obstruir o julgamento do ex-presidente.
Com a decisão, Malafaia passou a ter restrição de saída do país e está proibido de manter contato com outros investigados.
Segundo a PF, mensagens trocadas por WhatsApp entre Malafaia e Bolsonaro mostram que o pastor atuou diretamente com o ex-presidente na construção de uma estratégia para atacar ministros do Supremo, para descredibilizar a Corte no contexto do processo criminal contra Bolsonaro.
“Há fortes evidências de que Silas Lima Malafaia atua na construção de uma campanha criminosa orquestrada, destinada à criação, produção e divulgação de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal, no contexto de milícias digitais”, diz trecho da decisão de Moraes.
A conduta de Malafaia, segundo o despacho, se assemelha àquela apurada no Inquérito 4.874/DF, que trata da organização e financiamento de milícias digitais. O pastor é apontado como um dos articuladores da ofensiva contra o STF, ao lado de figuras próximas à família Bolsonaro.
A operação se insere na nova fase da investigação que já resultou no indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
O relatório da PF, já entregue ao STF, aponta Malafaia e o comentarista Paulo Figueiredo como parte do núcleo que buscava interferir no andamento da Ação Penal 2668, que tornou Bolsonaro réu.