O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira (20) por tentativa de obstrução de Justiça.
A Polícia Federal também realizou medidas contra o pastor Silas Malafaia, como de busca e apreensão e retenção de passaporte.
O relatório da corporação foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e acusa pai e filho de atuarem de forma coordenada para interferir nas investigações.
Segundo a PF, ambos cometeram coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, para restringir o funcionamento dos poderes constitucionais.
O inquérito aponta que Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos, tem usado sua atuação internacional para tentar deslegitimar as instituições brasileiras e proteger o pai no processo que tramita no STF.
“Conclui-se que Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro, com a participação de Paulo Figueiredo e Silas Lima Malafaia, encontram-se associados ao mesmo contexto, praticando condutas com objetivo de interferir no curso da Ação Penal nº 2668 – STF, processo no qual o segundo nominado consta formalmente como réu”, diz o relatório da PF.
A investigação, que corre no âmbito do inquérito da tentativa de golpe, indica que os atos não foram isolados, mas fazem parte de uma estratégia deliberada de obstrução judicial, com apoio de aliados bolsonaristas. Entre os indícios reunidos, estão falas públicas, articulações internacionais e movimentações coordenadas nas redes sociais.
Agora, o caso está nas mãos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que poderá apresentar denúncia, solicitar novas diligências ou arquivar o processo.
A ação penal mencionada, de número 2668, é a que trata diretamente da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e já tornou Bolsonaro réu por cinco crimes. O indiciamento de Eduardo amplia o escopo da responsabilização dentro do núcleo político e familiar do ex-presidente.
