O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, foi convocado pelo Itamaraty nesta sexta-feira (8) para prestar esclarecimentos após novas críticas da representação diplomática ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Escobar foi recebido pelo embaixador Flavio Goldman, que ocupa interinamente a secretaria de Europa e América do Norte. Segundo interlocutores, Goldman expressou “profunda indignação” com o tom e o conteúdo das publicações recentes feitas pelo Departamento de Estado e pela embaixada americana nas redes sociais.
Essa é a quarta vez que Escobar vai ao Itamaraty desde o início da crise diplomática provocada pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros imposto pelo presidente americano, Donald Trump.
A medida foi acompanhada de sanções contra Moraes, enquadrado na Lei Magnitsky, e de tentativas da Casa Branca de atrelar o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, no STF, às negociações comerciais — hipótese rejeitada pelo governo brasileiro.
Na quinta-feira (7), a embaixada americana voltou a se posicionar de forma dura contra o magistrado, ecoando discurso de Washington. “O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”, publicou a embaixada.
Na véspera, Escobar também se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin, mas os detalhes da conversa não foram divulgados.