Governo gastou mais de R$ 31 milhões com shows na ExpoAcre, diz Jarude

Foto: Sérgio Vale

O deputado Emerson Jarude (Partido Novo) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta terça-feira para criticar o gasto de R$ 31 milhões com shows na Expoacre, questionando as prioridades do governo diante das carências enfrentadas pela população. O parlamentar destacou que, enquanto o Estado investe valores milionários em entretenimento, áreas como saúde, segurança e educação permanecem com graves problemas e sem recursos suficientes.


Jarude lembrou que o Acre ganhou repercussão nacional negativa recentemente devido ao caso da “escola do curral” e que, paralelamente, milhares de acreanos aguardam por atendimento médico especializado e cirurgias, muitas vezes por dois, três ou até quatro anos. Segundo ele, diversas categorias de servidores, incluindo segurança pública, saúde e educação, comparecem quase diariamente à Aleac para reivindicar melhorias salariais, ouvindo como resposta a justificativa de que “não há dinheiro”.


Para ilustrar a falta de prioridade do governo, o deputado citou o caso de Kaline, uma paciente com câncer que precisava de R$ 400 mil para ter acesso a um tratamento capaz de salvar sua vida. “Ela teve que entrar na Justiça porque o Estado se recusou a pagar. Mesmo após determinação judicial, esperou quase seis meses para que fosse cumprida, até que, diante da repercussão negativa, o governo liberou o valor. E o que fez depois? Recorreu ao STF para derrubar a liminar que garantia a vida dela, e conseguiu vencer”, relatou.


Jarude contou que, assim que o dinheiro caiu na conta, foi preciso agir rapidamente para comprar o medicamento, temendo que o Estado cobrasse de volta o valor. “Essa é a prioridade do governo do Acre. Não é que não tenha dinheiro, é que não existe prioridade para a vida das pessoas”, reforçou.


O parlamentar ressaltou que não é contra a realização da Expoacre, reconhecendo sua importância para a iniciativa privada. Ele citou o exemplo de Rondônia, onde uma feira similar movimenta cerca de R$ 5 bilhões em negócios, sem depender de recursos públicos para shows. “Aqui foram R$ 31 milhões de dinheiro público, enquanto em Rondônia todo esse movimento econômico acontece sem gastar um centavo com atrações artísticas”, observou.


Jarude alertou que, em breve, a Assembleia voltará a receber representantes de categorias reivindicando melhorias e que alguns deputados podem usar a contenção de despesas como argumento para negar avanços.


 


Fonte :ALEAC


 


Texto: Andressa Oliveira


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