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Felca comenta pela 1ª vez vídeo que levou à prisão de influenciador Hytalo Santos

O influencer Felca, que fez vídeo sobre adultização de crianças e adolescentes — Foto: Reprodução/Instagram

O youtuber Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, falou pela primeira vez na televisão sobre o impacto do vídeo que publicou no YouTube no início de agosto denunciando a exploração e sexualização de crianças e adolescentes nas redes sociais. A entrevista foi ao ar no programa Altas Horas, da TV Globo, neste sábado (16).


No vídeo original, que ultrapassou 44 milhões de visualizações até este domingo (17), Felca expõe supostas práticas ilegais do influenciador Hytalo Santos, que teve a prisão preventiva decretada dois dias após a publicação. Ele e o marido, Israel Nata Vicente, estão detidos desde a sexta-feira (15), suspeitos de exploração de menores, abuso e tráfico humano.


“Criança não deve produzir conteúdo na internet. A internet é um ambiente para adultos”, afirmou Felca. “A exposição vem com críticas, às vezes com assédio, e criança não está preparada para lidar com isso.”


Durante a entrevista, Felca defendeu supervisão ativa dos pais sobre o consumo digital dos filhos. Segundo ele, a transição de conteúdos infantis para conteúdos inadequados acontece de forma rápida e imperceptível.


“Se você é um pai presente, talvez consiga administrar o acesso de uma criança de 10, 11 ou 12 anos. Mas se não tem tempo ou estrutura, minha opinião é: bloqueio total.”


O youtuber também destacou que o sucesso do vídeo não é pessoal, mas sim uma vitória para a causa. “Recebi fotos de gente vendo o vídeo no metrô, no ônibus… Fico feliz porque não é sobre mim, é sobre proteger crianças.”


Denúncia detalha redes de exploração

O vídeo publicado em 6 de agosto tem cerca de uma hora de duração e destrincha como as plataformas digitais contribuem para a exposição indevida de menores, desde a lógica dos algoritmos de engajamento até a monetização de perfis infantis.


Felca critica a glamourização dos chamados “empreendedores mirins” e perfis de adolescentes com discurso “coach”, que pregam riqueza precoce e desprezam a educação formal.


Ele também acusa Hytalo Santos de aliciar adolescentes, inclusive retirando jovens da casa dos pais e expondo meninas de 14 e 15 anos em situações sexualizadas. Um dos casos citados é o de Kamylinha, que teria sido introduzida ao grupo aos 12 anos e, aos 17, já aparecia com implantes de silicone e bebidas alcoólicas em vídeos com conotação sexual.


Código de pedofilia

Felca alerta para o uso de códigos e símbolos utilizados por pedófilos para compartilhar conteúdos ilegais, como a palavra “trade”, empregada como disfarce para redes de troca de imagens. Ele pede que pais fiquem atentos a esse tipo de linguagem nos comentários das publicações.


Além disso, reforça que a idade mínima para criar contas nas redes é de 13 anos, mas sem mecanismos eficazes de verificação — o que expõe crianças a ambientes digitais com forte presença de adultos, assédio, festas e normalização da erotização precoce.


Avanço das investigações

Hytalo Santos e seu marido são investigados desde 2024 pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A operação que resultou na prisão foi realizada pela Polícia Civil de São Paulo, em colaboração com autoridades paraibanas. O casal foi preso em Carapicuíba (SP), onde a polícia apreendeu oito celulares.


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