O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou nesta segunda-feira (18) que o Brasil vive uma “falta de estabilidade jurídica digna de inveja à Venezuela”.
A declaração foi publicada em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), em mais um movimento de escalada retórica da família Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente contra o ministro Alexandre de Moraes.
No mesmo post, Carlos atacou o que chamou de “retórica da união” e afirmou que o país atravessa um cenário de “torturas, assassinatos e destruição de qualquer resquício de legalidade”. Para ele, aqueles que ainda defendem conciliação diante desse contexto seriam “completos inocentes — ou exatamente o contrário”.
“A pessoa que troca sua consciência por voto não merece respeito e quem o apoia merece ter o que tem”, escreveu o vereador.
A postagem veio à tona após a repercussão da entrevista concedida por Alexandre de Moraes ao jornal norte-americano The Washington Post. Nela, o ministro afirmou que não vai ceder à pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o acusou de perseguir politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não existe a menor possibilidade de recuar um milímetro sequer”, afirmou Moraes, ao garantir que os julgamentos seguirão as provas e o devido processo legal.
O ex-mandatário brasileiro foi citado nominalmente por Trump no decreto que impôs uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com base na alegação de que estaria sendo vítima de perseguição judicial.
Moraes foi sancionado pela Casa Branca com base na Lei Magnitsky, o que bloqueia seus bens nos EUA e impede transações com empresas americanas.
Eduardo também ataca Moraes
Mais cedo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também reagiu à entrevista, classificando Moraes como “psicopata” e acusando o ministro de “desafiar Trump”.
“Lula continuará falando bobagens. Moraes sempre vai redobrar a aposta, porque é um psicopata”, escreveu o parlamentar, que está nos Estados Unidos desde fevereiro articulando com membros do governo Trump.
O STF vê nas declarações públicas da família Bolsonaro uma tentativa de obstruir as investigações em curso, que envolvem Jair Bolsonaro, seus filhos e aliados no que o tribunal classifica como uma “tentativa de golpe de Estado” após as eleições de 2022.