Brasil teme ser excluído de programa dos Estados Unidos que fornece armas avançadas

Presidente Lula se encontrou com comandantes das Forças Armadas nesta sexta-feira (2) • Ministério da Defesa/Flickr

As Forças Armadas brasileiras temem que o Brasil seja “excluído” de um programa de transferência de equipamentos militares do governo dos Estados Unidos, em meio às tensões diplomáticas entre Washington e Brasília.


Trata-se do FMS (Foreign Military Sales), criado pelos EUA com o objetivo de fortalecer a indústria, a segurança interna e “contribuir para a paz mundial”. O programa é considerado uma ferramenta de política externa para fortalecer a capacidade de defesa de países aliados e a interoperabilidade das tropas.


Na prática, o FMS permite a venda, muitas vezes por preços mais acessíveis que os praticados no mercado, de equipamentos militares avançados para governos considerados “parceiros”.


O projeto também autoriza a venda de equipamentos de segunda linha, que estão sobrando nos estoques do governo americano, por valores mais acessíveis.


Recentemente, o Brasil adquiriu, via FMS, equipamentos de ponta como mísseis, veículos blindados, aeronaves de transporte, componentes de suporte para caças F-5, além de sistemas navais, de comunicação, de guerra eletrônica e de inteligência.


Um dos motivos para a suspensão da participação de um país no programa é a alteração no status das relações diplomáticas entre as nações.


O governo dos Estados Unidos – parceiro histórico das Forças Armadas brasileiras – cancelou a participação em eventos militares no Brasil e dá sinais de afrouxamento nas relações militares.


Militares veem com preocupação a possibilidade de uma escalada nas sanções dos Estados Unidos contra o Brasil. O temor é que medidas mais severas tenham impactos “graves” sobre projetos estratégicos da base industrial de defesa.


A preocupação das Forças Armadas é de que o aumento da tensão, no pior dos cenários, leve a embargos sobre componentes americanos, essenciais para a indústria bélica nacional.


Com uma possível escalada, até mesmo a manutenção de equipamentos pode ser inviabilizada. Segundo fontes militares ouvidas pela reportagem, uma ruptura nas relações com os Estados Unidos é considerada inviável para a estrutura atual da defesa nacional.


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