O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi liberado neste sábado do hospital DF Star, em Brasília, após quase cinco horas de exames. Bolsonaro chegou ao local às 9h e foi liberado às 13h58.
De acordo com boletim médico, os procedimentos mostraram uma persistência de esofagite e gastrite, além de “imagem residual” de infecções pulmonares recentes.
“Os exames evidenciaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas a episódios de broncoaspiração. A endoscopia mostrou persistência da esofagite e da gastrite, agora menos intensa, porém com a necessidade de tratamento medicamentoso contínuo”, diz o texto.
Bolsonaro está em prisão domiciliar, por decisão de Moraes. O ministro considerou que houve “reiterado descumprimento de medidas cautelares”. Uma das obrigações que tinha sido imposta pelo ministro, em decisão anterior, era a de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
Segundo aliados e familiares que estiveram com ele nos últimos dias, o ex-chefe do Palácio do Planalto voltou a apresentar crises de soluços e episódios de dispneia (falta de ar) nos últimos dias. O quadro clínico é atribuído a uma esofagite provocada pelo procedimento realizado no abdômen, em abril.
De acordo com um dos médicos que acompanha a saúde de Bolsonaro, ele apresentou dificuldades para completar frases na última quarta-feira por causa da falta de ar. Segundo o filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a situação de saúde do pai apresentou piora nos últimos dias.
— Estive com ele na quarta, quando estava com soluço e dificuldades na fala. A frequência dessas crises, que aumentou depois da prisão domiciliar, fez com que os médicos pedissem uma nova bateria de exames clínicos. Por isso, o pedido para exames partiu do próprio corpo médico que o acompanha — afirmou.
Nos últimos dias, ele recebeu visitas de aliados, como os deputados Junio Amaral, Luciano Zucco e Marcelo Moraes, além do empresário Renato Araújo e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão.
Apesar dos contratempos em relação à saúde, os relatos são de melhora em relação ao humor do ex-presidente. Na semana anterior, Bolsonaro e apresentou oscilações de temperamento e aliado contaram que ele chegou a chorar ao comentar a impossibilidade de manter contato com o seu filho 03, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos desde fevereiro.
Alvo de uma investigação da Polícia Federal, Eduardo está proibido de falar com o pai, por também ser investigado. O parlamentar tem afirmado que não pretende voltar ao Brasil por receio de ter seu passaporte apreendido.
Diante da impossibilidade de ter contato com Bolsonaro, as lideranças do PL têm recorrido ainda mais à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro como interlocutora. Diariamente na sede do partido, onde comanda o PL Mulher, ela tem recebido perguntas e passado orientações aos líderes da sigla.
Bolsonaro também deve receber na semana que vem dirigentes do PL. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou as visitas do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, do vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (RJ), e o secretário-geral do partido, o senador Rogério Marinho (RN).