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Bolívia: Direita denuncia “plano de fraude” e acusa governo Arce de sabotar eleições

O presidente da Bolívia, Luis Arce, segura uma bandeira em uma varanda após “denunciar a mobilização irregular” de algumas unidades do exército do país em La Paz, Bolívia, 26 de junho de 2024. REUTERS/Claudia Morales TPX IMAGENS DO DIA

A três dias das eleições gerais na Bolívia, a tensão política se intensificou. A Aliança Unidade, que apoia a candidatura presidencial do empresário opositor Samuel Doria Medina, acusou o governo de Luis Arce de articular um “plano de fraude” para sabotar o pleito.


Em comunicado publicado nas redes sociais, a coligação afirmou que vídeos produzidos por “operadores governistas” circulam na internet com supostas cenas de manipulação de material eleitoral por militantes da oposição.


“Advertimos que o plano contempla outras medidas semelhantes ou piores, como o plantio de material eleitoral em nossos comitês de campanha. Rejeitamos essa intromissão inaceitável do governo Arce no processo eleitoral. Pedimos ao Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) que rejeite com firmeza essa tentativa governista de sabotar as eleições de domingo”, afirmou a nota.


A plataforma Bolívia Verifica confirmou que conteúdos publicados no TikTok, nos quais aparecem cédulas já marcadas a favor de Doria Medina, são falsos. Segundo a verificação, o tribunal eleitoral mantém todo o material eleitoral sob custódia, o que inviabiliza qualquer adulteração antes da votação.


Disputa acirrada

Doria Medina, de 66 anos, aparece à frente nas pesquisas, em empate técnico com o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga (2001-2002), da aliança Livre. Já o governista Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Arce, lançou o ex-ministro do Interior Eduardo del Castillo como candidato. Pesquisas, no entanto, não o colocam entre os favoritos a chegar a um eventual segundo turno.


Na última quinta-feira (14), Arce trocou a cúpula das Forças Armadas e, em pronunciamento, disse que respeitará o resultado das urnas.


“Que aqueles de nós que entramos pela porta desta Casa Grande também saiam pela porta e deixem o legado democrático para todo o povo boliviano”, declarou o presidente.


O chefe do Executivo desistiu da reeleição em meio a uma grave crise econômica. O país enfrenta escassez de dólares, falta de combustíveis e a pior inflação em décadas, com alta expressiva nos preços da cesta básica.


Eleições em meio à crise

Neste domingo (17), os bolivianos irão às urnas para escolher presidente, vice-presidente e parlamentares para o próximo quinquênio. O pleito será decisivo não apenas para definir a sucessão de Arce, mas também para indicar o rumo econômico e político de um país em seu momento mais delicado desde a crise social de 2019.


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