Depois que o vereador Eber Machado (MDB) utilizou a tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco, na sessão de terça-feira (12), para denunciar um caso de assédio moral que teria sido praticado pelo superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, a ex-servidora do órgão, a blogueira Marília Tavares, usou as redes sociais para reforçar as denúncias e cobrar providências.
Em um desabafo, Tavares relatou o que vivenciou na sede da RBTrans, período no qual, segundo ela, sofreu assédio moral, perseguição e humilhação. “Quem for seguidor antigo vai saber. E eu confirmo, gente, é verdade. O vereador Eber Machado está denunciando algo que eu vivi na pele e compartilhei com vocês aqui, né? Eu fui vítima do senhor Clendes Vilas Boas dentro da RBTrans, sofri assédio moral, perseguição e humilhação. Ele me perseguiu, tentou me demitir várias vezes, mas sempre havia alguém que me defendia e não deixava. Inclusive o Ailton, que sabia que eu fazia um bom trabalho e não permitiu que ele me demitisse por duas vezes”, afirmou.
Tavares contou ainda que Clendes tentou prejudicá-la de várias formas. “Como ele não conseguiu me mandar embora, começou a me prejudicar de outras formas. O que ele fez? Diminuiu meu salário, sem nenhuma justificativa, tá, gente? Tirou minha mesa, tirou meu computador, me encheu de trabalho. Vocês têm noção que ele tirou a minha mesa e o meu computador? Isso é uma humilhação. Eu fiquei jogada dentro do gabinete, sem condições de trabalhar. Me encheu de tarefas inúteis só para me fazer desistir. Foi quando pedi minha demissão. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Eu tenho todos os prints, inclusive do dia em que me avisaram que ele estava tirando a minha mesa, e eu disse que usaria a minha mesa”, relatou.
Segundo ela, há mensagens de outros servidores que confirmam sua denúncia, mas não podem se expor por medo de represálias. “Tenho também mensagens e relatos de outros funcionários, vários, que confirmam tudo que estou falando. Só que essas pessoas não podem aparecer, porque se falarem, vão ser demitidas. E não foi só comigo. Muita gente lá dentro sofre o mesmo assédio moral, mas tem que se calar, porque o medo de perder o emprego é maior.”
A blogueira também acusou o superintendente de vender perfumes dentro da RBTrans e utilizar veículo oficial para fazer entregas. “Agora, sabe o que é absurdo? Enquanto ele fazia tudo isso, vendia perfume na sala dele. Eu mesma comprei perfumes, tenho até notas no meu banco, prints, pagando a ele. Ele usa o próprio carro da RBTrans para entregar os perfumes e cobrar clientes, misturando o serviço público com o negócio pessoal dele. E, por causa dessa perseguição, tive crises de ansiedade, entrei em depressão. Meus pais vieram várias vezes aqui em casa, me viram chorando, pediam para eu sair. Eu vivia todos os dias com medo de mais humilhação. Ia trabalhar chorando, chorava no trabalho com medo, sem saber se teria meu emprego no dia seguinte. Na época, fiz um vídeo denunciando, que repercutiu, mas não deu em nada. Só que agora, gente, existe alguém com voz falando. E eu estou aqui para reforçar, para contar sem medo, para dar minha cara a tapa e expor tudo que passei. Hoje não sou mais comissionada, não tenho mais nenhum vínculo com a prefeitura, não devo nada para ninguém, não tenho mais medo de perder meu emprego. É por isso que posso falar, porque antes me ameaçavam, né, de perder meu emprego. Antes eu tinha que ficar com medo de falar, porque senão não seria mais contratada. Mas hoje eu não dependo de prefeitura nenhuma.”
Segundo ela, as denúncias de Machado são verdadeiras. “Por isso posso falar: o que o vereador Eber Machado denunciou é verdade. Eu, Marília Rodrigues, sou uma das vítimas e vou deixar aqui na tela vários prints e depoimentos para que todo mundo veja. Assédio moral é crime e quem usa o cargo para humilhar e perseguir trabalhador precisa ser exposto e punido.”