As medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continuam gerando forte repercussão na opinião pública. Pesquisa PoderData divulgada nesta quarta-feira (30) mostra que 40% dos eleitores consideram “errada” a decisão do ministro Alexandre de Moraes de proibir Bolsonaro de usar as redes sociais.
Outros 36% avaliam a medida como “certa”, em um cenário de empate técnico dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais. Já 25% não souberam opinar.
O levantamento foi realizado entre os dias 26 e 28 de julho de 2025 e entrevistou 2.500 pessoas em 182 municípios de todos os estados brasileiros.
A decisão de Moraes, tomada em 18 de julho, determinou não apenas o bloqueio das redes sociais de Bolsonaro, mas também a proibição de comunicação com embaixadores, diplomatas estrangeiros e outros réus da trama golpista, além do uso de tornozeleira eletrônica e do recolhimento domiciliar noturno.
No dia 21, o ministro reforçou que o ex-presidente não pode se valer de entrevistas, transmissões ou qualquer tipo de veiculação digital — direta ou indireta — sob risco de prisão preventiva imediata.
Na prática, as medidas inviabilizam a presença de Bolsonaro em entrevistas públicas ou atos políticos com repercussão digital. Desde então, o ex-presidente tem evitado declarações à imprensa.
Sanção internacional e reação bolsonarista
O tema ganhou contornos internacionais após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionar Moraes com base na Lei Magnitsky — instrumento jurídico utilizado para punir autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos.
No decreto assinado em 30 de julho, Trump afirma que Moraes “usou seu cargo para autorizar detenções arbitrárias preventivas e suprimir a liberdade de expressão”. O Departamento de Estado já havia revogado os vistos do ministro e de seus familiares dias antes.
A medida foi celebrada por aliados de Bolsonaro, que intensificaram as críticas à atuação de Moraes no STF e passaram a utilizar a sanção como argumento para deslegitimar os processos em curso contra o ex-presidente.