A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa na terça-feira (29) em Roma, está custodiada no presídio feminino Germana Stefanini, localizado no bairro de Rebibbia, na zona nordeste da capital italiana. A unidade faz parte de um dos maiores complexos penitenciários da Europa e é conhecida por abrigar tanto presas de segurança média quanto de alta periculosidade. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo.
Segundo dados do Departamento de Administração Penitenciária da Itália, o presídio enfrenta superlotação: em junho, abrigava 369 mulheres, quase cem além da capacidade oficial.
O caso de Zambelli, que aguarda o desfecho de um processo de extradição ao Brasil, se soma a um cenário mais amplo de crise carcerária no país, que possui uma das piores taxas de ocupação prisional da União Europeia.
Celas coletivas
O presídio de Rebibbia conta com 171 celas distribuídas em duas alas principais e quatro blocos menores. Zambelli foi levada à ala conhecida como “Camerotti”, que reúne mulheres recém-chegadas ou ainda sem sentença definitiva. É o setor que recebe a maior parte das presas de segurança média e aquelas em processo judicial, como é o caso da deputada brasileira. Atualmente, cerca de 30% das presas do local são estrangeiras.
Extradição
Zambelli será interrogada pela Justiça italiana na próxima sexta-feira (1º). Caberá ao tribunal decidir se ela continuará presa, será transferida para prisão domiciliar ou poderá responder em liberdade enquanto aguarda o trâmite de extradição.
A deputada foi presa após ser incluída na lista vermelha da Interpol, que mobiliza ordens de captura válidas em 196 países. Ela havia deixado o Brasil dois meses antes, após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, no caso que envolve o hacker Walter Delgatti Neto.
O Ministério da Justiça brasileiro já formalizou o pedido de extradição com base no tratado bilateral firmado com a Itália em 1989. Apesar da cidadania italiana de Zambelli, a Constituição do país europeu não impede, em tese, que nacionais sejam extraditados — ao contrário da Constituição brasileira.