Os Estados Unidos decidiram se retirar mais uma vez da Unesco, agência cultural e educacional da Organização das Nações Unidas (ONU), de acordo com dois diplomatas europeus ouvidos pela Reuters nesta segunda-feira (22). A medida representa mais um passo do presidente Donald Trump para reduzir a presença do país em organizações multilaterais.
A Casa Branca não comentou oficialmente a decisão até o momento. Segundo o New York Post, a retirada foi confirmada por um representante do governo norte-americano.
A Unesco, com sede em Paris, foi criada após a Segunda Guerra Mundial com o objetivo de promover a paz por meio da cooperação internacional nas áreas de educação, ciência e cultura. Entre suas atribuições mais conhecidas está a designação de Patrimônios Mundiais, como o Grand Canyon, nos EUA, e a cidade histórica de Palmyra, na Síria.
Trump já havia retirado os EUA da Unesco durante seu primeiro mandato, alegando viés antiamericano e problemas de gestão financeira na agência. Na época, o país contribuía com cerca de 20% do orçamento da organização. Após o retorno à Unesco em 2023, durante o governo de Joe Biden, a participação americana passou a representar cerca de 8% do financiamento da entidade.
Além da Unesco, Trump já anunciou a saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o corte de financiamento à agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), como parte de uma revisão mais ampla da presença americana em organismos internacionais. O resultado dessa avaliação está previsto para agosto.
A primeira saída dos EUA da Unesco ocorreu em 1984, sob o governo de Ronald Reagan, sendo revertida apenas em 2003 pelo então presidente George W. Bush. A atual decisão marca o terceiro desligamento do país da agência.