Durante a quinta noite da 50ª edição da Expoacre, realizada nesta quarta-feira, 30, no Parque de Exposições Wildy Viana, o governador do Acre, Gladson Cameli (Progressistas), afirmou em entrevista ao ac24horas que é pré-candidato ao Senado Federal, mas condicionou a decisão final à estabilidade econômica do Estado.
“Sou pré-candidato, sim. Não vou subestimar a inteligência de ninguém criando expectativas. Agora, se a economia fracassar, por isso que eu repito: o cenário muda. A política é curva”, declarou.
Gladson adotou um tom realista e conciliador ao falar sobre os possíveis rumos da sucessão estadual em 2026. Ele defendeu a união de sua base política e a construção de uma solução envolvendo Bocalom, Mailza e Nicolau Júnior para evitar disputas internas que possam comprometer a continuidade do projeto político.
“Tem que estar todo mundo no mesmo barco. Eu acredito que sim. É um governo de continuidade, de direita. A esquerda, por exemplo, já comprovou que tem capacidade de governar por X anos”, pontuou.
Questionado sobre os acenos públicos a diferentes nomes da base aliada, como a vice-governadora Mailza Assis, o prefeito de Rio Branco Tião Bocalom e o presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior, Cameli explicou a lógica dos gestos.
“Eu renunciando o cargo de governador até o limite, se não me falha a memória, é dia 4 de abril, certo? Depois que eu renunciar, ah, sou ex-governador. Aí quem está sentado na cadeira? Vamos lá, vamos fazer uma análise: eu disse Bocalom, vá andar; Nicolau, vá andar; Mailza, você vai assumir o governo. Mas vai sentar todo mundo na mesa. Não vão me culpar e dizer assim: perdemos o governo por causa do governador, não. Vamos por uma lógica natural das coisas. E se eu ficar no governo? Se a economia fracassar? A verdade é que todo mundo está antecipando fatos da eleição, mas eu tenho que ser realista”, ressaltou.
Para Cameli, sua permanência no cargo depende da capacidade de manter o equilíbrio das contas públicas. “Tem uma lógica clara, não é uma lógica inventada por mim. Eu provavelmente sairia do governo se conseguir executar 2025, se conseguir manter as contas, o equilíbrio fiscal e econômico do Estado. Ainda tem muita água pra passar debaixo da ponte, mas ao mesmo tempo estou trabalhando com a lógica de colocar todo mundo na mesa. E aí, pessoal, vamos perder o governo? O que eu não quero é depois dizer que o culpado sou eu”, acrescentou.
Sobre possíveis mudanças administrativas, caso Mailza Assis assuma o governo com sua saída, Gladson descartou qualquer reforma no primeiro escalão e reforçou a confiança na atual equipe. “Primeiro que não tem que mudar nada, porque quem me elegeu, elegeu ela [Mailza Assis]. Já começa assim. E o que está dando certo, não se mexe. Confesso que em alguns momentos, até por pressão política, você acaba fazendo essa sucessão de trocas, como aconteceu lá atrás. Não é bom. Até o novo secretário, uma nova equipe assumir o posto e fazer o trem andar. Porque o prejuízo para nós não é a falta de recurso, é a burocracia, que é muito grande”, salientou.
Cameli ainda revelou que há recursos garantidos em caixa para obras que ainda não saíram do papel por entraves burocráticos. “Estou com dinheiro garantido em conta, e há mais de um ano e pouco tem obras que só agora eu vou dar ordem de serviço. Está certo? Então, é um governo de continuidade que não precisa mexer com a equipe. Já conversei isso com ela [Mailza Assis]”, finalizou.
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