Maior evento de negócios do Acre, a Expoacre também se consolida como o maior ambiente de entretenimento popular do estado e, neste sentido, o governo tem investido e dedicado esforços para que a feira seja também um espaço acolhedor onde caiba todos os públicos, com inclusão e respeito às diversidades. Pessoas com deficiência (PcDs) que passaram pelo parque de exposições Wildy Viana, nestes primeiros dias, destacaram avanços na acessibilidade, mas também apontaram desafios que ainda precisam ser superados.

Entre as medidas de acessibilidade implementadas pelo governo do Estado nesta edição estão a instalação de rampas em pontos estratégicos do parque e nas entradas dos estandes; a ampliação de pavimentação das vias principais para facilitar a circulação de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida; a criação de camarotes exclusivos com isolamento acústico para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) sensíveis a ruídos e outro para pessoas com deficiência (PcDs) em áreas de shows e na arena de rodeio, além da presença de intérpretes de Libras nas apresentações.

Apaixonado por vaquejadas, Agnaldo Casote, de 33 anos, paraplégico após um acidente de moto em 2016, elogiou o espaço reservado para cadeirantes na arena de rodeio, mas sugeriu melhorias quanto à estrutura para cadeirantes nos shows. “É muito bom ter um canto reservado pra gente poder pelo menos enxergar o rodeio. A gente que é cadeirante e um dia já laçou, já correu a cavalo, sente falta disso e quer viver isso de alguma forma. Então, é importante ter esse lugar”, disse.

Já o jovem José Lucas Silva, de 27 anos, há 7 na cadeira de rodas, após sofrer uma lesão por arma de fogo, elogiou a estrutura geral de acessibilidade do evento proporcionada nesta Expoacre. “Tá bem tranquilo circular aqui no parque. Tem rampa, piso, tá tudo certinho. Fui no show e no rodeio. O camarote de acessibilidade tá muito bom, tá legal pra gente”, elogiou.
Para Luana Lima, de 31 anos, que visita a feira todos os anos, as melhorias são visíveis. “Comparado ao ano passado, tá muito melhor. Agora está mais apropriado pra gente. Fui ao show e hoje vou de novo. Tá tudo ok. Estou belíssima!”, comentou.
Os depoimentos dos visitantes refletem os resultados do trabalho que vem sendo construído pela gestão estadual com a participação ativa da sociedade civil no sentido de humanizar e tornar mais acessíveis e inclusivos os espaços públicos do Acre.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Rio Branco, Dilaina Costa, representante do Movimento PcDs 2025, que inclui o Conselho Estadual e outras entidades, declarou que reconhece o trabalho e os esforços coletivos para a inclusão de PcDs nas políticas públicas estaduais.
“Nos sentimos parte integrante e construtiva das implementações feitas acerca da acessibilidade de comunicação, acolhimento e atitudinais que todos juntos qualificamos durante a maior festa social do Acre, a Expoacre. Este é apenas o começo de muitos serviços que serão implementados a todas as pessoas com deficiência de maneira equânime e universal, à luz da Constituição Brasileira e do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei n° 13.146/2015). Governo e sociedade civil juntos fazem diferente para os diferentes”, ressaltou.

Reconhecendo que inclusão não é favor, mas direito, o secretário de Estado de Governo, Luiz Calixto, que tem feito o diálogo e a articulação institucional com a sociedade civil, apesar dos passos dados, não deixou de refletir com autocrítica.
“A Expoacre representa um avanço importante nas políticas públicas de inclusão, com melhorias visíveis na acessibilidade. Mas ainda há muito o que fazer. Recebemos críticas construtivas, principalmente sobre a visibilidade nos espaços de show, e levamos isso em conta com a seriedade que o tema exige. A inclusão não se limita apenas à presença física, mas exige participação efetiva e é nisso que vamos avançar trabalhando. O governo não se acomoda diante dos desafios. Estamos ouvindo, aprendendo e aprimorando para que, não apenas a Expoacre, mas todas as ocasiões e ambientes públicos do nosso estado sejam espaços de respeito e dignidade para todas as pessoas”, enfatizou.

A vice-governadora, Mailza Assis, que também é secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e esteve à frente da implantação da medidas de acessibilidade, reafirmou o compromisso do governo com a inclusão, a dignidade e o acesso para todas as pessoas.
“Esses avanços são fruto de planejamento, diálogo com os conselhos e associações que atuam na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e de uma visão que entende acessibilidade como direito e como política de Estado. Essa é uma pauta que requer escuta, cuidado e aprimoramento constante. Por isso, nosso compromisso, meu e do governador Gladson Camelí, é de seguir avançando com toda a sensibilidade e responsabilidade, fortalecendo o nosso trabalho na promoção da inclusão e respeito a todas as pessoas”, ressaltou.