Para 46%, Bolsonaro é o culpado por tarifas dos EUA contra o Brasil, diz PoderData

(Arquivo) O presidente americano Donald Trump e o presidente do Brasil Jair Bolsonaro, em Washington Foto: AFP/Arquivos

Quase metade dos eleitores que tomaram conhecimento das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil responsabilizam Jair Bolsonaro (PL) e sua família pelas sanções comerciais. É o que mostra a mais recente pesquisa do PoderData, realizada entre os dias 26 e 28 de julho de 2025 e divulgada nesta quinta-feira (31).


Entre os 74% dos entrevistados que disseram saber da sobretaxa anunciada por Donald Trump, 46% apontam o ex-presidente como o principal culpado. Outros 32% atribuem a responsabilidade ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e 23% não souberam responder.


A pergunta foi feita apenas a quem declarou ter conhecimento da medida norte-americana, anunciada em 9 de julho. A tarifa extra de 50% sobre produtos brasileiros foi justificada por Trump como uma reação ao que considera “perseguição judicial” contra Bolsonaro no processo em que é investigado por tentativa de golpe de Estado, além de apontar desequilíbrios na balança comercial entre os dois países.


Disputa narrativa

Desde o anúncio do tarifaço, Lula e sua equipe de comunicação intensificaram o esforço para associar Bolsonaro ao impacto econômico da medida, apostando em uma estratégia que evoca o discurso de soberania nacional. O governo tem buscado colar no ex-presidente o rótulo de “traidor da pátria”, especialmente após declarações públicas de alinhamento entre ele e Trump.


Embora um terço dos entrevistados ainda atribua a culpa das sanções ao próprio governo, os dados da pesquisa sugerem que a narrativa oficial vem ganhando espaço. Integrantes do Palácio do Planalto avaliam que o “efeito anti-Trump” pode beneficiar Lula eleitoralmente, sobretudo se o ex-presidente continuar a associar sua imagem à de Trump.


A leitura é de que o discurso nacionalista pode reforçar a base do governo e ampliar a margem de apoio entre eleitores sensíveis a temas de soberania, especialmente diante da perspectiva de um agravamento dos impactos econômicos da medida.


A pesquisa foi realizada com 2.500 entrevistas em 182 municípios das 27 unidades da Federação, por telefone fixo e celular. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.


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