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‘Não tem como ela voltar mais’, lamenta marido de professora morta por linha com cerol no Acre

Kelvin e Jéssica estavam construindo uma casa juntos e planejavam ter filhos — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre/Arquivo pessoal

Sonhos, planos e conquistas. Assim era a vida da professora mediadora Jéssica Souza dos Santos, de 33 anos, e do policial Kelvin Vieira dos Santos até esse sábado (19), quando a mulher foi morta após ser atingida por uma linha com cerol no município de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre.


Enlutado, Santos contou à Rede Amazônica Acre que o casal estava construindo uma casa juntos e planejava ter filhos. Ele estava trabalhando quando soube que a mulher estava ferida, mas acreditava que seria apenas um acidente de motocicleta.


Quando chegou ao local, viu que o Serviço de Atendimento Móvel em Urgência (Samu) já havia chegado, mas Jéssica não podia mais ser salva.


“Estamos em um momento muito difícil, porque a perda dela não vai ser suprida. Não tem como ela voltar mais”, lamentou.


Jéssica dos Santos, vítima de linha de cerol em Cruzeiro do Sul — Foto: Arquivo/reprodução redes sociais

Jéssica morreu enquanto pilotava a motocicleta na ladeira da Rua do Purus, próximo à Escola Dom Henrique Ruth. Segundo informações de testemunhas, ela havia saído da casa da mãe momentos antes do acidente, que aconteceu por volta das 16h30 do sábado.


Ainda de acordo com testemunhas, a jovem descia uma ladeira quando foi atingida por uma linha de pipa que atravessava a rua. A família segue revoltada, e à espera da identificação de suspeitos.


Enlutado, Kelvin Vieira dos Santos conta que estava trabalhando quando soube que a esposa estava ferida — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Enlutado, Kelvin Vieira dos Santos conta que estava trabalhando quando soube que a esposa estava ferida — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Jéssica foi velada na casa da mãe e enterrada no cemitério Jardim da Paz na tarde desse domingo (20).


“Essa casa tínhamos acabado de começar a construir, que era o sonho dela. Eu praticamente estava fazendo a casa para ela, que era o sonho dela. Ela não falava em outra coisa. Essa casa era a prioridade. Ela estava esperando ser chamada em um concurso no Amazonas, depois do concurso que nós íamos fazer nossos filhos”, relatou.


Caso gerou comoção

Velório ocorreu na casa da mãe de Jéssica, no bairro Cohab, em Cruzeiro do Sul — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Velório ocorreu na casa da mãe de Jéssica, no bairro Cohab, em Cruzeiro do Sul — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Jéssica era formada em biologia pela Universidade Federal do Acre (Ufac), trabalhava na Escola Integral Maria Lima de Souza como professora-mediadora e era conhecida pela dedicação aos estudos, à profissão e à prática de esportes.


A escola onde Jéssica trabalhava publicou uma nota de pesar, onde ressalta que ela era uma ‘presença marcante’.


”Com sua sensibilidade, compromisso e amor pelo o que fazia, ela se entregava por inteiro à suas função, sempre pronta para estender a mão e ajudar em tudo o que fosse preciso”, frisou.


Em solidariedade a Santos, a Polícia Militar publicou nota de pesar lamentando a morte de Jéssica.


”Nos solidarizamos com o companheiro de farda, familiares e amigos, pedindo a Deus que conforte seus corações neste momento de dor”, complementou o 6º Batalhão da PM-AC, de Cruzeiro do Sul.


Uso de cerol é crime

O uso de cerol, mistura cortante de cola com vidro moído, ou da chamada linha chilena é proibido no Acre desde 2024, quando entrou em vigor a Lei Estadual nº 4.394. A legislação veda o uso, posse, comercialização, fabricação e importação dessas substâncias em qualquer contexto.


Além da legislação estadual, o Código Penal Brasileiro, no artigo 132, prevê punições para quem coloca outras pessoas em risco, com pena de detenção de 3 meses a 1 ano.


Mesmo com a proibição, relatos como o de Jéssica ainda continuam, principalmente durante o período de férias, quando aumenta o número de crianças e adolescentes empinando pipas em áreas urbanas.


Nos últimos anos, o cerol deixou de ser apenas um “brinquedo perigoso” e passou a representar uma ameaça à vida. Vários estados brasileiros, incluindo o Acre, vêm reforçando campanhas educativas, e o Ministério Público tem cobrado ações das autoridades locais.


*Colaborou o vídeorrepórter Mazinho Rogério, da Rede Amazônica Acre.


Fonte:G1 Acre

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