O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) saiu em defesa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta terça-feira (15), em contraste com as críticas do irmão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acusou o aliado de “subserviência servil” às elites brasileiras. “Tarcísio está cumprindo seu papel como governador de São Paulo ao falar em nome dos empresários do estado afetados pela tarifa”, disse Flávio à Folha de S. Paulo.
A fala ocorre no momento em que Tarcísio se reúne com exportadores e representantes da Embaixada dos EUA para buscar uma saída diplomática à crise deflagrada pelo tarifaço de 50% imposto pelos EUA aos produtos brasileiros, que afeta setores-chave da indústria paulista.
Embora adote um tom mais moderado, o senador também endossa a tese defendida por Eduardo: a de que uma anistia aos envolvidos na trama golpista de 2022 — da qual o pai, Jair Bolsonaro, é acusado de liderar — seria uma saída para o impasse.
“O Brasil precisa voltar à normalidade”, disse Flávio, ao criticar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Ninguém aguenta mais tanta bagunça na democracia provocada especialmente por Moraes.”
O senador ainda fez um aceno ao irmão, que vive nos Estados Unidos e tem atuado para pressionar o governo de Donald Trump a manter sanções contra Moraes. “O Eduardo é a única ponte do Brasil com a Casa Branca, já que Lula mandou sua diplomacia calar a boca e passou o tempo provocando Trump até ele perder a paciência”, declarou.
Cotados para a corrida presidencial de 2026, tanto Eduardo quanto Tarcísio disputam protagonismo no campo bolsonarista. Com o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível até 2030, a definição de um herdeiro político direto está no centro das disputas — agora agravadas por divergências estratégicas em plena crise diplomática com os Estados Unidos.