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Alexandre de Moraes proíbe uso de farda por militares réus em interrogatório sobre golpe

Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (28) aos interrogatórios dos réus do chamado núcleo 3 da trama golpista de 2022. Os depoimentos começaram sob tensão: o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determinou que os militares acusados não usassem farda durante a audiência, o que provocou protestos das defesas.


O grupo reúne nove militares e um agente da Polícia Federal acusados de articular ataques ao sistema eleitoral, à democracia e à integridade de autoridades públicas. Parte deles também teria participado de reuniões para planejar ações violentas, inclusive assassinatos, visando criar o ambiente para uma ruptura institucional.


Farda vetada por decisão de Moraes

A proibição do uso de farda durante os interrogatórios foi informada pelo juiz-auxiliar do STF no início da audiência, após os tenentes-coronéis Rafael Martins e Hélio Ferreira Lima comparecerem uniformizados. As defesas alegaram que não há previsão legal para essa restrição e pediram o adiamento das oitivas, o que não foi acatado.


“Essa é uma determinação do ministro relator. A acusação é contra militares, não contra o Exército como um todo”, afirmou o juiz-auxiliar ao justificar a decisão.


A defesa de Rafael Martins sugeriu suspender a audiência, enquanto o magistrado recomendou que fosse providenciada uma troca de roupa. Até a última atualização da sessão, os interrogatórios ainda não haviam sido iniciados.


A medida foi interpretada como forma de impedir a associação simbólica entre as Forças Armadas e os crimes investigados, reforçando o argumento do STF de que os atos golpistas foram de iniciativa individual de seus participantes, e não institucionais.


Quem são os réus do núcleo 3

Os acusados que prestam depoimento hoje foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e tentativa de homicídio.


São eles:


A acusação contra o grupo faz parte do desdobramento da Operação Tempus Veritatis, que apura a articulação de uma tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.


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