Mais de 500 dragas são flagradas em garimpo ilegal no Rio Madeira

Mais de 500 dragas utilizadas na mineração ilegal de ouro foram identificadas ao longo do rio Madeira, entre os estados de Rondônia e Amazonas, durante um sobrevoo realizado por pesquisadores do Greenpeace Brasil. A missão, liderada pelo ambientalista Nilo D’Ávila, percorreu uma faixa de 842 quilômetros entre Porto Velho (RO) e Novo Aripuanã (AM) e registrou 543 embarcações operando de forma irregular.


As imagens aéreas revelam o cenário preocupante: centenas de embarcações alinhadas no leito do rio, algumas próximas a terras indígenas e unidades de conservação ambiental, como a Reserva e a Estação Ecológica do Cuniã, onde foi registrada atividade de extração de ouro.


Em um dos trechos sobrevoados, um grupo de 48 dragas formava uma espécie de paredão, obstruindo a navegação e aumentando os riscos para comunidades ribeirinhas que dependem do rio como principal meio de transporte.


Segundo D’Ávila, o monitoramento da área começou em janeiro, com o auxílio de imagens de satélite. O sobrevoo, realizado em julho, confirmou a expansão acelerada do garimpo ilegal e os impactos ambientais associados, como assoreamento do rio, contaminação por mercúrio e degradação da biodiversidade.


Além do dano ambiental, o pesquisador alerta para os efeitos sociais da atividade ilegal. “O garimpo traz prejuízos à saúde das populações locais, incentiva a violência e ameaça modos de vida tradicionais da Amazônia”, afirmou.


O Greenpeace Brasil informou que vai formalizar denúncia às autoridades federais e estaduais, com base nas imagens e dados coletados, cobrando providências imediatas contra a atuação das dragas ilegais.


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