O indígena acreano Haru Kuntanawa, dos Kuntanawa de Marechal Thaumaturgo, no interior do Acre, participou ontem, sábado (19), de um jogo de futebol beneficente com Ronaldinho Gaúcho e outra personalidades na Arena Amazônia, em Manaus (AM). Durante a participação do evento, Haru fez questão de deixar uma mensagem sobre a proteção da Amazônia e propôs a criação de uma Copa das Árvores.
Em entrevista ao ac24horas, Haru Kuntanawa disse que foi convidado para partida por Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira, mas enfatizou que o jogo não se limitou a um encontro de celebridades do esporte. Para ele, o evento foi uma oportunidade de dar visibilidade à criação de alternativas para enfrentar a crise climática por meio do esporte.
“Não podemos continuar radicalizando um tema tão importante que é a proteção dos biomas. Para garantir um resultado altamente positivo, é preciso olhar por todos os ângulos, envolver todos os atores da sociedade de maneira séria e responsável”, afirmou Haru.
O líder indígena destacou a necessidade de superar conflitos e acusações, como as que apontam o agronegócio como único vilão, e buscar ações conjuntas que unam diferentes setores. “Em vez de ficar acusando e alimentando ideologias de que somos inimigos uns dos outros, eu prefiro dizer que essa tarefa é de todos nós e que somente uma ação conjunta salvará o futuro de nossas gerações”, declarou. Ele acredita que o esporte pode ser uma ferramenta poderosa para inspirar a juventude e apresentar valores que restaurem a esperança, promovendo ideias inovadoras para um futuro sustentável.
Haru também apresentou o projeto “Transforma e Iluminar”, idealizado por ele, que tem como foco a emergência climática e a valorização dos povos da floresta. Uma das iniciativas destacadas é a “Copa das Árvores”, planejada para o período de 2025 a 2030, que busca criar uma conexão global em prol de uma vida digna para indígenas e não indígenas que protegem seus territórios com sabedoria ancestral. “Estamos criando nossa própria marca para levar ao mundo os nossos conhecimentos, não apenas como produtos, mas como valores e alternativas para salvar a maior floresta tropical do mundo”, explicou.