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Dólar hoje salta 2% e supera os R$ 5,60 após tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil

O dólar à vista operava em alta frente ao real nesta quinta-feira (10), ampliando os fortes ganhos da véspera, em meio à continuidade da aversão dos investidores à moeda brasileira. O movimento ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos do Brasil, medida que elevou a tensão nos mercados.


A moeda abriu com alta de 2%, a R$ 5,619 na venda, perto da maior cotação do dia da divisa, que chegou a R$ 5,621 na máxima. Ao longo do dia, a moeda perdeu força, mas seguiu operando em alta.


Qual a cotação do dólar hoje?

Às 16h, o dólar à vista subia 0,89%, a R$ 5,552 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,33%, a R$ 5,630


Na quarta-feira, o dólar à vista fechou com alta de 1,05%, a R$ 5,50359.


O Banco Central fará nesta sessão um leilão de até 35.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1º de agosto de 2025.


Dólar comercial

Dólar turismo

O que acontece com o dólar hoje?

A decisão do governo de Donald Trump surpreendeu o mercado, especialmente porque o Brasil havia sido inicialmente incluído em uma lista com tarifa de 10%, divulgada no Liberation Day, e seguia em tratativas para evitar uma elevação, aponta a Suno. Além disso, os EUA mantêm superávit na balança comercial com o Brasil, o que torna a medida ainda mais atípica.


Em análise, a Hike Capital ressaltou que, caso confirmadas as tarifas de 50%, deve-se observar, nesse primeiro momento, um impacto na inflação e nos juros.


“Dentre os principais produtos exportados pelo Brasil aos EUA, destacamos o petróleo, produtos petrolíferos e materiais relacionados, ferro e aço, café, chá, cacau, especiarias, carnes, vegetais, frutas, papel e celulose, dente outros”, avalia.


Neste cenário, parte das empresas exportadoras devem repassar uma parte das tarifas para o consumo interno, refletindo em um aumento nos preços/inflação.


A valorização do dólar deve ser vista como reflexo de um menor volume de exportação brasileira (e menor entrada de dólares na balança comercial), assim como devido à permanência dos juros americanos em patamares mais restritivos por um tempo ainda maior, devido às incertezas à frente do Federal Reserve.


Paralelamente, o governo continua tentando preservar o decreto que aumentou as alíquotas do IOF, considerado essencial para o equilíbrio fiscal. Em reunião com os senadores Davi Alcolumbre e Hugo Motta, o ministro Fernando Haddad defendeu a legitimidade da medida, ressaltando que a prerrogativa para alterar o IOF é do Executivo. No entanto, o encontro terminou sem acordo, e novas negociações devem ocorrer até a audiência de conciliação marcada no STF para o dia 15.


Na frente de dados, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,24 por cento em junho, após alta de 0,26 por cento no mês anterior. No acumulado de 12 meses até junho, o IPCA teve alta de 5,35 por cento.


Pesquisa da Reuters revelou que a expectativa dos analistas era de alta de 0,20 por cento em junho, acumulando em 12 meses alta de 5,32 por cento.


(Com Reuters)


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