Após avanços nos pregões recentes, o dólar passou nesta terça-feira por um ajuste de baixa ante o real, amparado pela esperança de que o governo Lula possa obter algum avanço nas negociações comerciais com os Estados Unidos, a poucos dias do início do tarifaço sobre os produtos brasileiros.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou o dia com baixa de 0,43%, aos R$5,5686. No ano, a divisa acumula queda de 9,88%.
Às 17h04 na B3 o dólar para agosto — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,35%, aos R$5,5740.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,568
- Venda: R$ 5,568
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,63
- Venda: R$ 5,81
O que aconteceu com dólar hoje?
Dias antes da imposição da tarifa anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Brasil, o governo brasileiro segue em busca de abrir canais de diálogo com autoridades norte-americanas para negociar a taxa, mas parece não ter tido sucesso até agora.
Analistas também veem pouco espaço para um acordo, uma vez que Trump vinculou sua ameaça a questões mais políticas — como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) — do que comerciais, limitando as contrapartidas que o Brasil poderia oferecer.
Na mais recente atualização sobre o assunto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse mais cedo que o vice-presidente Geraldo Alckmin teve na véspera uma longa conversa com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, acrescentando que o governo não está “fixado” com o prazo de Trump.
Sem a perspectiva de que o governo dos EUA possa suspender a tarifa sobre o Brasil ou estender o prazo para negociações, os investidores optavam por manter a cautela nesta sessão, sem realizar grandes apostas em qualquer direção.
“Ainda estamos patinando para tentar fazer um negócio com o governo dos EUA… Mercado está colocando expectativa sobre o plano de contingência do governo e como pode afetar a questão fiscal do país”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
No cenário externo, o foco também está em torno do comércio, particularmente sobre o recém-fechado acordo entre os EUA e a União Europeia, que estabelece uma tarifa de 15% sobre os produtos europeus que chegam aos EUA.
O anúncio do acordo fornecia força ao dólar nos mercados globais, uma vez que os agentes financeiros têm concluído que o entendimento foi mais favorável para Washington ao impor taxas ainda altas sobre a UE, apesar de abaixo da ameaça anterior de Trump de uma tarifa de 30%.
Nesta semana, os investidores ainda se posicionam para as decisões de política monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve, com ambas a serem divulgadas na quarta-feira. A expectativa é de que os dois bancos mantenham suas taxas de juros estáveis.