A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) formalizou a suspensão do pagamento de R$ 2,75 bilhões em obrigações financeiras, incluindo dívidas com fornecedores, tributos e repasses a planos de saúde. As informações são do portal g1.
A medida, revelada em documento interno obtido pelo portal, visa preservar a liquidez e reequilibrar o fluxo de caixa da estatal, que enfrenta uma grave crise financeira e acumula 11 trimestres consecutivos de prejuízo.
Entre os valores adiados estão R$ 741 milhões referentes ao INSS patronal, R$ 652 milhões para fornecedores, R$ 363 milhões para o plano Postal Saúde, além de dívidas tributárias como PIS/Cofins e repasses ao fundo de pensão Postalis.
Segundo a estatal, 53% da dívida em atraso gera multas e juros, mas não compromete diretamente as operações da empresa.
Além dos atrasos, os Correios enfrentam cobranças judiciais de empresas prestadoras de serviços de transporte, que reivindicam R$ 104 milhões em valores atrasados.
A empresa também aguarda a liberação de um empréstimo de R$ 4,3 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), destinado a projetos específicos de descarbonização e reestruturação logística, sem possibilidade de uso para cobrir déficits operacionais.
A crise financeira dos Correios é atribuída a um cenário adverso entre 2024 e 2025, marcado por mudanças regulatórias que afetaram o comércio internacional, redução no volume de postagens e aumento da concorrência.
A estrutura de custos fixos, que representa cerca de 88% das despesas totais, dificulta a flexibilização orçamentária, agravando o desequilíbrio financeiro da estatal.
No primeiro trimestre de 2025, os Correios registraram prejuízo recorde de R$ 1,7 bilhão, o pior resultado desde 2017.
Apesar do cenário desafiador, a empresa afirma que a continuidade operacional está assegurada por fatores estratégicos e estruturais que garantem a prestação dos serviços essenciais à sociedade.