Durante a quarta noite da Expoacre 2025, a médica nefrologista e diretora técnica do Hospital do Rim, Jarinne Nasserala, concedeu entrevista ao ac24horas, destacando os avanços da unidade de saúde, localizada em Rio Branco (AC). Na conversa ocorrida nesta terça-feira, 29, ela falou sobre a estrutura do hospital, o início das atividades, a realização de transplantes renais e reforçou a importância da prevenção da doença renal crônica.
Segundo a médica, o hospital começou a funcionar em 2017 em um prédio alugado, oferecendo apenas serviços de hemodiálise. Em 2019, com a inauguração da sede própria, os atendimentos foram ampliados e qualificados. “Começamos com atendimento em consultório, nefrologia, atendimento de qualidade em hemodiálise, diálise peritoneal. E ano passado, em parceria com o governo do estado, a gente conseguiu reativar o transplante. Então, em parceria com a Fundação, a gente consegue fazer o transplante de rim. Já fizemos nove em seis anos”, explicou.
Hoje, o Hospital do Rim possui duas unidades: uma em Rio Branco, no bairro Bosque, com centro cirúrgico, laboratório e exames de imagem; e outra em Brasileia, a clínica do Alto Acre, voltada para diálise. O hospital também mantém uma equipe em crescimento, composta por nefrologistas, residentes e outros profissionais da saúde. “De nefrologistas, nós temos mais dois. Temos também a residência em nefrologia, onde temos dois residentes, que estão compondo os serviços. Se Deus quiser, daqui a um ou dois anos, eles serão nefrologistas também”, destacou Jarinne.

Foto: Jardy Lopes
A médica ainda ressaltou o avanço que representa a formação desses profissionais no próprio estado. “Agora a gente oferece residência com qualidade, porque a gente tem muito paciente, uma demanda enorme que só aumenta. A doença renal crônica não está controlada e agora temos como formar profissionais aqui”, explicou.
Jarine alertou sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce. “Os sintomas da doença renal crônica são silenciosos. As pessoas podem ter e não sentir nada no início. Por isso é importante a prevenção. Fizemos uma campanha este ano, no Dia Mundial do Rim, com pedalada, corrida e ações em parceria com a Sociedade Brasileira de Nefrologia. É um exame de sangue, de fácil acesso, rápido e que pode mostrar quantos por cento os rins estão funcionando”, destacou.
Questionada sobre o acolhimento aos pacientes, Jarine explicou que o hospital atende tanto casos crônicos como agudos. “Às vezes o paciente chega precisando de uma única sessão de hemodiálise e já melhora. Outros, infelizmente, precisam do tratamento pro resto da vida. Mas o acolhimento é o mesmo, com carinho, excelência e qualidade”, afirmou.

Foto: Jardy Lopes
Atualmente, o Hospital do Rim conta com cerca de 300 colaboradores e está em fase de expansão. “Hoje nós temos cirurgias, internação e, em breve, teremos uma unidade de terapia intensiva. O atendimento é 24 horas. Nossa missão é atender com qualidade e trazer saúde para o Acre”, destacou.
Além da nefrologia, o hospital conta com diversas especialidades médicas. “Temos urologista, cirurgião geral, gastroenterologista, endoscopia, colonoscopia, cirurgião do aparelho digestivo, entre outros. O paciente pode ser atendido por várias áreas dentro da mesma unidade”, garantiu.
Por fim, a médica alertou para sintomas que podem indicar problemas nos rins, como náuseas, inchaço nas pernas e aumento da urina noturna. “O paciente não associa ao rim, mas pode ser. Urinar mais à noite, por exemplo, não é normal. Deve procurar um médico e se atentar a esses sintomas”, concluiu.