A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália, após ter seu paradeiro denunciado por um parlamentar local. A prisão ocorre quase dois meses após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter condenado a deputada a 10 anos de reclusão por envolvimento na invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti.
Zambelli estava foragida desde o fim de maio e era procurada internacionalmente pela Interpol. A deputada tem cidadania italiana e havia deixado o país após a condenação em definitivo — ou seja, sem possibilidade de novos recursos.
Endereço revelado por deputado italiano
A prisão foi viabilizada após o deputado italiano Angelo Bonelli informar às autoridades o endereço em que Zambelli estaria hospedada, em Roma. Em publicação no X (antigo Twitter), Bonelli disse que a polícia local foi acionada e realizou a identificação da parlamentar.
“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, escreveu.
O governo brasileiro já havia solicitado formalmente a extradição da parlamentar. Agora, a Justiça italiana deve avaliar o pedido de repatriação para que ela inicie o cumprimento da pena em regime fechado no Brasil.
Condenação definitiva e perda de mandato
Zambelli foi condenada por unanimidade pela Primeira Turma do STF, que também determinou a perda de seu mandato parlamentar. A decisão, no entanto, ainda depende de análise e votação da Câmara dos Deputados.
A condenação se deu após a parlamentar ser considerada responsável por contratar o hacker Walter Delgatti para forjar e inserir no sistema do CNJ um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, com a assinatura digital falsificada do próprio magistrado.
Quando deixou o país, Zambelli alegou motivos de saúde e pediu licença da Câmara em 29 de maio. Depois, solicitou mais 120 dias de afastamento para tratar de “interesse particular”. Desde então, vivia na Itália.