Câmara aprova reajuste de 9% para militares; impacto será de R$ 5,3 bilhões em 2026

Militares se preparam para cerimônia do Dia do Soldado, em Brasília 22/08/2024 REUTERS/Adriano Machado

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (10) a medida provisória (MP) que concede um reajuste salarial de 9% aos militares das Forças Armadas. O aumento vale para todos os integrantes da ativa, da reserva e para pensionistas, mas ainda precisa ser confirmado pelo Senado para se tornar lei definitiva.


A MP, editada pelo governo federal em março, já está em vigor, mas perderá validade em agosto caso não seja aprovada pelo Congresso dentro do prazo. Segundo estimativas oficiais, a medida representa um custo fiscal de R$ 3 bilhões em 2025 e R$ 5,3 bilhões em 2026.


Ao todo, cerca de 740 mil pessoas serão beneficiadas, incluindo pensionistas e militares inativos. O reajuste aprovado incide apenas sobre o soldo, que é a remuneração-base dos militares. Outros adicionais — como gratificações por tempo de serviço, função ou periculosidade — não foram alterados, mas continuam compondo o rendimento total.


A primeira parcela do reajuste já começou a ser paga em abril. A segunda, também de 4,5%, está prevista para 1º de janeiro de 2026, caso a MP seja convertida em lei até lá.


Reivindicação

O governo argumenta que o reajuste faz parte de um acordo que segue os moldes do aumento já concedido a outros servidores federais no início de 2023. A proposta busca, segundo o Planalto, “mitigar a defasagem salarial provocada pela inflação dos últimos anos”.


Os militares, no entanto, vinham pressionando por um índice mais elevado. Em negociações com o Executivo, chegaram a pedir um aumento de até 18%. O relator da MP na comissão mista, deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), afirmou que tentou ampliar os percentuais junto ao Ministério da Defesa, mas esbarrou nos limites orçamentários.


Mesmo discordando do percentual proposto pelo governo, o deputado manteve o texto original, justificando que uma alteração impediria a tramitação como medida provisória, o que colocaria em risco o reajuste já em vigor.


Próximos passos

Com a aprovação na Câmara, a MP segue para análise do Senado Federal. Caso os senadores também aprovem o texto sem mudanças, a medida será convertida em lei e o reajuste escalonado continuará valendo até 2026.


Se houver modificações, a proposta precisará retornar à Câmara antes do prazo final de vigência, em agosto. Caso contrário, os efeitos perderão validade, inclusive os pagamentos já realizados desde abril.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
posto village ezgif.com gif to avif converter

Últimas Notícias