posto village ezgif.com gif to avif converter

Saiba como funciona equipamento que fez apresentador andar 14 anos após acidente

O exoesqueleto robótico proporciona não apenas locomoção, mas também benefícios à saúde e autoestima. | Bnews - Divulgação Reprodução Instagram

O atleta e apresentador Fernando Fernandes, famoso por sua trajetória no esporte paralímpico e participação no programa Big Brother Brasil, emocionou seguidores ao compartilhar um momento inédito: após 14 anos, ele voltou a andar. A conquista foi possível graças a um novo marco na reabilitação com o uso da tecnologia assistiva, com o auxílio de um exoesqueleto robótico.


Fernando ficou paraplégico em 2009, após sofrer um acidente de carro. Desde então, passou a se dedicar ao esporte adaptado e à superação das limitações físicas. As informações são do portal UOL.


O exoesqueleto robótico é um equipamento desenvolvido para auxiliar pessoas com dificuldades de locomoção, funcionando como uma ferramenta terapêutica. O fisioterapeuta Thiago Ribeiro Pires, especialista em reabilitação robótica da clínica VivaBem, explicou como funciona o sistema: “O exoesqueleto robótico guia os movimentos das pernas durante a marcha [o movimento de caminhar], fornecendo o alinhamento biomecânico exato da caminhada humana.”


A estrutura do equipamento envolve as pernas e o quadril do paciente, com cintas, coletes e um sistema de polias e motores que sustentam parte do peso corporal. Isso permite ajustar o movimento das articulações — quadril, joelhos e tornozelos — de forma segura e gradual.


Além disso, sensores de movimento, força e equilíbrio trabalham junto a algoritmos que ajustam o ritmo da marcha em tempo real. Alguns modelos utilizam até sensores de EMG (eletromiografia) para captar a intenção muscular antes mesmo do movimento acontecer.


Benefícios vão além da locomoção


Mais do que ajudar na reabilitação motora, o uso do exoesqueleto robótico traz uma série de benefícios para a saúde geral. Segundo Thiago Pires, “[a máquina] pode ajudar também na neuroplasticidade, ou seja, na capacidade do cérebro de reorganizar conexões e recuperar funções motoras.”


Entre os efeitos positivos estão o fortalecimento muscular, a prevenção da osteoporose, o estímulo ao fluxo intestinal, melhora da dor neuropática e até a redução de inchaços. O fisioterapeuta ainda aponta ganhos na autoestima e qualidade de vida do paciente. A tela posicionada à frente do usuário permite que ele acompanhe o próprio progresso, servindo como estímulo emocional.


Mesmo pacientes com pouco controle postural conseguem iniciar o processo com o equipamento. No entanto, Pires alerta que “[o exoesqueleto robótico] não é a solução para todos os tipos de lesões”. Ele explica que em casos de lesões medulares completas, a tecnologia não visa reabilitar a marcha, mas pode contribuir com efeitos terapêuticos secundários. Já em lesões incompletas, os resultados são mais promissores.


Tecnologia em constante avanço


Os exoesqueletos começaram a ser desenvolvidos entre os anos 1990 e 2000 e, desde 2001, vêm sendo integrados aos tratamentos de reabilitação. O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis foi responsável pela construção do modelo usado por um homem paraplégico para dar o pontapé inicial na abertura da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.


Hoje, a tecnologia é utilizada em clínicas e centros especializados, sempre sob supervisão profissional, e com protocolos adaptados ao quadro clínico de cada paciente.



Fonte: BNEWS


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias