O Anuário Agrologístico 2025 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela, indiretamente, o ritmo que o produtor rural privado do Acre imprimiu no aumento da capacidade de armazenagem estática.
Nos últimos 18 anos, quando o Governo do Acre passou a investir sistematicamente na construção de silos, o produtor de porte médio do Acre entendeu que precisava construir a própria estrutura para armazenar o que plantava.
O Governo do Acre, percebendo o crescimento da área plantada, associado ao ganho de produtividade, entendeu que a pressão para armazenar os grãos viria. Construiu seis silos (Senador Guiomard, Plácido de Castro, Brasiléia, Capixaba, Transacreana, Acrelândia). Juntos, esses silos têm capacidade de armazenar 22,5 mil toneladas de grãos.

O Anuário Agrologístico 2025 da Conab informa que a capacidade de armazenagem estática total do Acre é de 90,34 mil toneladas. A diferença resulta em 67,84 mil toneladas. Ponderando que um ou outro armazém da Cageacre ainda possa ser usado, é possível estimar que o produtor rural privado, no Acre, construiu uma estrutura com capacidade de armazenar 60 mil toneladas em um universo de capacidade instalada de 90 mil toneladas. Resumindo: 60 em 90. Ou seja, dois terços em 18 anos.
“É um ritmo maravilhoso, em função de que cultivamos em torno de quarenta mil hectares de milho. Destes, nem tudo fica armazenado”, analisou o chefe da Divisão de Agricultura da Secretaria de Estado de Agricultura, Nilton César.
A fala de César remete ao fato de que parte da produção de milho acreana é usada nas cadeias produtivas da avicultura e da suinocultura. Outro detalhe: a soja acreana, que tanto impacto traz na balança comercial do Acre, praticamente, não pressiona a estrutura de armazenamento porque ela é comercializada com as empresas de Rondônia tão logo é colhida. Segue o roteiro: colheu, vendeu, transportou.
Cenário Brasil_ “Nos últimos 15 anos, a capacidade estática de armazenagem no Brasil tem apresentado crescimento contínuo. No entanto, esse avanço tem sido insuficiente diante do ritmo acelerado da expansão da produção agrícola nacional”, pontua o Anuário Agrologístico da Conab. “Em 2025 o país atingiu novos recordes de safra, impulsionado, especialmente, pelo aumento da produtividade e pela consolidação de novas fronteiras agrícolas, como as regiões do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e do SEALBA (Sergipe, Alagoas e Bahia)”.
Mudança de modais_ Outro dado que o anuário traz é quanto à utilização dos modais. De acordo com o estudo, 95% dos armazéns brasileiros utilizam o modal rodoviário como principal “meio para recepção e expedição de produtos”. Dialoga com a história do país. No entanto, há mudança no horizonte. “Entre os anos de 2017 e 2025, observou-se um crescimento significativo de 24% no número de armazéns com acesso hidroviário, indicando uma tendência de diversificação dos modais logísticos e um movimento em direção a soluções mais eficientes e sustentáveis para o escoamento da produção”.
Fonte: ac24Agro