O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) rebateu as acusações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que estaria praticando “terrorismo” e “lamber as botas do Trump” em suas ações políticas nos Estados Unidos.
Em entrevista ao UOL, Eduardo afirmou que não está ferindo os interesses nacionais e que sua atuação visa combater o ativismo judicial no Brasil.
Desde a posse de Donald Trump, Eduardo tem atuado em Washington para pressionar por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF), que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
O deputado está oficialmente licenciado do mandato e mudou-se para o Texas para se dedicar integralmente a essas negociações, que incluem a possibilidade de sanções previstas na Lei Magnitsky.
Em resposta às críticas de Lula, Eduardo classificou o discurso do presidente como “odioso” e afirmou que seu eleitorado compreende seu trabalho.
Ele também disse estar “seguro” nos Estados Unidos, longe do alcance das investigações no Brasil, e que, se necessário, renunciará ao mandato para permanecer no exterior.
O deputado ainda destacou que sua atuação não configura interferência externa, mas sim a exposição de fatos às autoridades americanas.
A tensão entre Brasília e Washington aumentou com a possibilidade de sanções contra Moraes, que teria ignorado alertas das autoridades americanas sobre o alcance de suas decisões judiciais.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou restrições a vistos para autoridades estrangeiras envolvidas em censura a cidadãos americanos, o que é interpretado como um recado ao ministro brasileiro.
Eduardo Bolsonaro também afirmou ao UOL que não pretende negociar alívio tarifário para produtos brasileiros nos EUA, criticando a política econômica do governo Lula.