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Dólar fecha estável a R$ 5,54, com fiscal no Brasil compensando queda no exterior

O dólar encerrou a quinta-feira praticamente estável no Brasil, influenciado por dois fatores divergentes: a queda firme da moeda norte-americana no exterior, após dados confirmarem o arrefecimento da inflação nos EUA, e o mal-estar em relação ao cenário fiscal brasileiro, na esteira das medidas adotadas na véspera pelo governo.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou em leve alta de 0,08%, aos R$5,5437. No ano a divisa acumula queda de 10,28%.


Às 17h11 na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,03%, aos R$5,5565.


Dólar comercial

  • • Compra: R$ 5,543
  • • Venda: R$ 5,543

Dólar turismo

  • • Compra: R$ 5,57
  • • Venda: R$ 5,75

O que aconteceu com dólar hoje?

Os movimentos do real nesta sessão tiveram como pano de fundo a forte queda do dólar no exterior, uma vez que os investidores melhoraram suas perspectivas para cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve e diminuíram sua exposição a ativos dos EUA em meio à disputa comercial com a China.


Os mercados ainda reagiam aos dados de inflação ao consumidor dos EUA melhores do que o esperado na véspera, o que fomentava as apostas de cortes de juros pelo Fed, provocando a queda dos rendimentos dos Treasuries e pressionando a divisa norte-americana.


Reforçando o otimismo quanto aos preços, o governo dos EUA informou mais cedo que a inflação ao produtor também registrou resultado abaixo do esperado, com ganho de 0,1% em maio em relação ao mês anterior, ante expectativa de avanço de 0,2%.


Os operadores estão precificando 100% de chance de duas reduções de juros neste ano, com o primeiro corte possivelmente em setembro. Antes dos dados, a probabilidade de uma segunda redução era alta, mas não estava totalmente precificada.


O dólar também foi pressionado pela cautela em relação ao acordo comercial firmado entre as duas maiores economias do mundo nesta semana para retomar uma trégua tarifária acordada no mês passado.


O acordo também abordou os controles de exportação chineses para minerais de terras raras, mas deixou de fora o impasse em torno das remessas de chips dos EUA para a China, sinalizando que o confronto entre os dois países ainda pode voltar a escalar.


“Existe uma percepção de que o resultado das negociações comerciais entre EUA e China em Londres foi bastante modesto e há uma preocupação sobre a fragilidade do relacionamento comercial daqui para frente”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.


O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisões — caiu 0,75%, para 97,716.


Por outro lado, havia outros fatores que impediam a moeda brasileira de sustentar ganhos nesta sessão. O aumento das tensões no Oriente Médio gerou aversão a ativos mais arriscados, com ações recuando no mundo todo.


Os EUA estão preparando uma retirada parcial de funcionários de sua embaixada no Iraque e permitindo que familiares de militares deixem locais no Oriente Médio devido ao aumento dos riscos de segurança na região, disseram fontes norte-americanas e iraquianas na quarta-feira.


“Os mercados começam o dia com aversão ao risco, apesar do fluxo de notícias mais construtivas sobre as perspectivas de inflação e o progresso nas negociações com a China. As geopolíticas concentradas no Oriente Médio estão se intensificando novamente”, disseram analistas do BTG em nota.


Na cena doméstica, existe cautela quanto à MP editada pelo governo para compensar os recuos no decreto do Imposto sobre Operações Financeiras.


O governo publicou na quarta-feira um decreto calibrando para baixa parte dos aumentos do IOF e uma MP que eleva a tributação sobre apostas, institui a tributação sobre ganhos com títulos isentos, altera o imposto de aplicações financeiras e prevê algumas medidas de contenção de despesas.


A iniciativa veio ao final de um dia em que as lideranças da oposição e o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestaram forte resistência às propostas de elevação da arrecadação que não sejam acompanhadas de iniciativas “estruturais” do lado dos gastos.


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