Dólar fecha em menor nível em 8 meses, abaixo de R$ 5,60, com ligação Xi-Trump

O dólar fechou a quinta-feira com queda superior a 1% no Brasil e novamente abaixo dos R$5,60, acompanhando o movimento quase generalizado de recuo da moeda norte-americana no exterior, após o Banco Central Europeu (BCE) indicar uma pausa em seu processo de corte de juros.


A conversa entre os líderes reacendeu expectativas de uma possível trégua na guerra comercial entre os dois países, o que contribuiu para o alívio nos mercados cambiais.


Qual a cotação do dólar hoje?

A moeda norte-americana à vista fechou em baixa de 1,03%, aos R$5,5871. No ano, a divisa dos EUA acumula perdas de 9,58%.


A última vez que a moeda fechou em patamar abaixo de R$ 5,59 foi em 14 de outubro, quando fechou em R$ 5,582.


Às 17h06, na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,87%, aos R$5,6140.


Dólar comercial

  • Compra: R$ 5,587
  • Venda: R$ 5,587

Dólar turismo

  • Venda: R$ 5,652
  • Compra: R$ 5,832

O que aconteceu com dólar hoje?

A agência de notícias estatal chinesa Xinhua informou mais cedo que Xi e Trump conversaram nesta quinta a pedido do presidente dos EUA, o que elevava a expectativa de que as duas maiores economias do mundo possam chegar a um entendimento para resolver o impasse comercial.


A ligação ocorre após uma troca de acusações nos últimos dias entre Washington e Pequim sobre o suposto descumprimento de uma trégua comercial acordada em Genebra no mês passado. A Casa Branca vinha sinalizando que uma conversa entre os líderes poderia ocorrer nesta semana.


A notícia foi bem recebida em mercados emergentes, que têm relações comerciais profundas com a China e são sensíveis ao desempenho da economia chinesa, impulsionando divisas como o real, o rand sul-africano e o peso chileno.


Os preços do petróleo, importante produto da pauta exportadora de muitos emergentes, também disparavam diante da expectativa de que o telefonema possa ajudar a arrefecer as tensões comerciais.


“(A conversa) ajuda no otimismo de investidores de que os dois países vão manter uma trégua comercial e não vão voltar a aplicar níveis proibitivos de tarifas… isso está favorecendo o desempenho de commodities e de moedas de países exportadores de produtos primários mais ligados à China”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.


O dólar atingiu a mínima da sessão, a R$ 5,5898 (-0,98%), às 10h41, conforme investidores digeriam a notícia sobre a ligação.


A semana tem sido marcada ainda pela percepção de que a política comercial errática dos EUA está começando a prejudicar a economia norte-americana, com uma série de dados econômicos para o mês de maio apresentando resultados mais fracos do que o esperado, acirrando as preocupações de investidores.


Na véspera, um relatório da ADP sobre o setor privado mostrou que foram criados muito menos vagas de emprego do que o esperado em maio, enquanto uma pesquisa do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) revelou que o setor de serviços teve contração no mês passado.


Com isso, as atenções se voltavam novamente nesta sessão para dados dos EUA, com o governo informando mais cedo que os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram para 247.000 na última semana, acima dos 235.000 pedidos projetados em pesquisa da Reuters.


Os temores de que os EUA serão os principais prejudicados da guerra comercial de Trump têm gerado a fraqueza do dólar no exterior, com a moeda norte-americana rondando os menores patamares em vários anos e impulsionando divisas de países emergentes.


O foco dos mercados estará agora em torno da divulgação do relatório de emprego do governo, na sexta-feira.


O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,31%, a 98,490.


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