As notícias de um acordo comercial entre Estados Unidos e China e, em especial, a inflação norte-americana abaixo do esperado em maio colocaram o dólar em trajetória de baixa ao redor do mundo, o que fez a divisa fechar a quarta-feira também em queda ante o real, no menor valor do ano.
O índice de preços ao consumidor (CPI) aumentou 0,1% em maio, abaixo do esperado pelo mercado. A projeção era de que o índice de preços ao consumidor tivesse aumentado 0,2% no mês passado, depois de avançar pela mesma margem em abril, segundo uma pesquisa da Reuters com economistas.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou em baixa de 0,53%, aos R$5,5392, menor valor de encerramento desde 8 de outubro do ano passado, quando foi cotado a R$5,5334.
Às 17h03 na B3 o dólar para julho — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,62%, aos R$5,5580.
Dólar comercial
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Dólar turismo
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O que aconteceu com dólar hoje?
O governo dos EUA informou mais cedo que seu índice de preços ao consumidor teve alta de 0,1% em maio em relação ao mês anterior, ante ganho de 0,2% em abril. Os economistas consultados pela Reuters esperavam que o dado do mês passado repetisse a alta anterior.
Em 12 meses, a inflação ao consumidor chegou a 2,4%, um pouco acima dos 2,3% de abril, mas abaixo da projeção de 2,5%. No núcleo do índice, os números também foram os melhores do que o esperado tanto na base mensal quanto no acumulado do último ano.
O resultado reforçou as apostas de operadores de que o Fed retomará os cortes de juros a partir de setembro, consolidando ainda a previsão de uma segunda redução nos impostos até o fim do ano. Também houve ruptura nos temores sobre o impacto das tarifas do presidente Donald Trump nos preços.
Juros mais baixos dos EUA implicam menores rendimentos nos Tesouros, o que torna o dólar menos atrativo ante os seus pares e favorece outras moedas mais arriscadas.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisões — caiu 0,23%, para 98,732.
Os investidores ainda repercutiam o acordo anunciado na noite de terça, em Londres, pelas autoridades norte-americanas e chinesas para aliviar as tensões comerciais recentes, flexibilizando os controles de exportação e retomando uma trégua tarifária alcançada no mês passado.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse na véspera que o acordo realizado em Londres removerá restrições sobre as exportações chinesas de minerais e imãs de terras raras e algumas das recentes restrições de exportações dos EUA “de forma equilibrada”, mas não apresentou detalhes.
Trump afirmou nesta quarta que o acordo dos EUA com a China está concluído, com Pequim fornece imãs e minerais de terras raras enquanto os EUA permitem estudantes chineses em suas faculdades e universidades.
No radar local estão sinais do governo e Congresso de que devem abrir discussão sobre corte de gastos primários em meio à reação política negativa e nos mercados às medidas alternativas em substituição parcial ao aumento do IOF.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que o tema do gasto primário deve entrar na agenda do congresso nos próximos dias. Ele afirmou ainda que “não há reformas estruturantes se a sociedade não nos apoiar em ano pré-eleitoral”.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fica no foco em audiência pública na Câmara sobre o pacote de medidas para substituir parte do aumento do IOF. Haddad disse na terça (10) que apresentou ao presidente Lula as medidas discutidas com líderes do Parlamento e que o governo abrirá uma discussão com o Congresso para identificar quais propostas de controle de gastos têm apoio parlamentar.
Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o ministro citou temas como supersalários e aposentadoria de militares. Segundo ele, a ideia é priorizar projetos já em tramitação e que possam ser votados rapidamente. Haddad também disse que as medidas propostas como alternativa ao aumento do IOF não elevam a carga tributária, mas buscam maior justiça fiscal.
(Com Reuters e Estadão)