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Defesa de Mauro Cid pede investigação do perfil no Instagram ligado a críticas ao STF

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e delator no caso da tentativa de golpe de Estado, pediu na quinta-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de uma investigação sobre o perfil do Instagram @gabrielar702, apontado como supostamente vinculado a Cid.


O pedido foi feito após reportagem da revista Veja afirmar que o militar teria usado o perfil para se comunicar com aliados do ex-presidente e criticar a condução das investigações. O perfil foi citado pela primeira vez pelo advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, durante interrogatório de Cid no STF. Na ocasião, Cid negou qualquer vínculo com a conta.


Reportagem sugere uso de conta para criticar Moraes e a PF

Segundo a revista, entre janeiro e março de 2024, o perfil teria sido usado por Cid para trocar mensagens com pessoas do círculo bolsonarista, nas quais demonstrava insatisfação com o inquérito e com o ministro Alexandre de Moraes. Em uma das mensagens, o usuário afirma que “não precisa de prova, só de narrativa” e que “a ordem de prisão do PR já está pronta”.


Em outro trecho, o perfil relata etapas da delação premiada, alegando que investigadores da Polícia Federal tentaram induzir o colaborador a declarações específicas: “Várias vezes eles queriam colocar palavras na minha boca… Foram três dias seguidos. Um deles foi aquele grande depoimento sobre as joias. Acho que foram cinco anexos”.


As mensagens também contêm críticas ao STF e preveem que só uma eventual vitória de Donald Trump nos EUA poderia reverter a situação jurídica dos investigados.


Defesa alega linguagem “quase analfabeta” e diz que perfil é falso

No pedido protocolado ao STF, os advogados de Cid afirmam que os diálogos são inverídicos e tratam o conteúdo como “mais uma miserável fake news”. Afirmam ainda que os textos veiculados pela Veja contêm “erros crassos de concordância verbal” e um estilo “grosseiro, quase analfabeto”, o que não condiz com a linguagem utilizada por Cid nos autos do processo.


“Basta uma leitura leiga para se perceber que as expressões utilizadas por quem escreveu não são de autoria de Mauro Cid”, escreveram os advogados.


A defesa afirma também que a forma como o perfil se refere a generais das Forças Armadas seria incompatível com a cultura e a conduta do militar, reforçando a tese de que o conteúdo foi forjado.


Contradições em audiência e possível risco à delação

Durante o interrogatório no STF, Celso Vilardi questionou diretamente Cid sobre o perfil. O militar respondeu que não havia utilizado nenhum Instagram que não estivesse em seu nome. Ao ser confrontado com o nome do perfil, Cid hesitou: “Eu não sei se é da minha esposa, mas Gabriela é o nome dela”.


A suposta utilização do perfil poderia violar os termos da delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República. Pelo acordo, o delator se compromete a dizer a verdade e manter o sigilo sobre as informações prestadas. O descumprimento dessas condições pode levar à anulação dos benefícios penais concedidos.


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