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Bolsonaro usa apoio a ataque dos EUA para impulsionar campanha por maioria no Senado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou suas redes sociais neste domingo (22) para defender a formação de uma maioria conservadora no Senado Federal, em um momento em que é julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de tentativa de golpe de Estado.


A declaração foi publicada junto a uma imagem ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com a legenda: “Dê-me 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do Brasil”.


O gesto faz parte de uma estratégia política mais ampla de Bolsonaro para reorganizar sua base de apoio institucional, com foco na Casa Alta do Congresso, cujos membros têm prerrogativas como julgar ministros do STF. Segundo Bolsonaro, a prioridade do Partido Liberal (PL) em 2026 será o Senado — considerado por ele o espaço chave para “reequilibrar os Poderes”.


Articulação para 2026 e disputa com o Judiciário

No sábado (21), o ex-presidente afirmou que foi incumbido por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, de liderar a articulação de candidaturas ao Senado para as eleições de 2026. Em sua avaliação, o fortalecimento da bancada conservadora é condição para “restaurar a democracia”.


“Só com força no Senado poderemos falar em democracia de verdade”, declarou Bolsonaro, em crítica direta ao STF. O tribunal está atualmente analisando se o ex-presidente comandou uma tentativa de ruptura institucional após a derrota nas urnas em 2022.


A fala de Bolsonaro sugere que, mesmo com restrições impostas pela Justiça Eleitoral, ele busca influenciar a formação da próxima legislatura, com foco em conter o Judiciário e recuperar protagonismo político.


Discurso externo como estratégia interna

A publicação em apoio ao ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã, liderado por Donald Trump, funciona como discurso simbólico voltado ao público interno.


Ao alinhar-se a Trump e a Netanyahu — duas figuras que personificam a retórica de confronto contra instituições — Bolsonaro busca reacender a militância e pressionar o debate sobre os limites do Judiciário no Brasil.


Apesar de o gesto parecer uma manifestação de política externa, o verdadeiro alvo de Bolsonaro é o cenário político nacional. A imagem de força e autoridade, expressa na frase sobre o Congresso, pretende mobilizar aliados, tensionar as relações entre os Poderes e manter acesa sua agenda de enfrentamento institucional.


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