98,8% das vagas formais criadas em 2024 foram preenchidas por pessoas do CadÚnico

Homem mostra carteira de trabalho no centro de São Paulo (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

Em um ano de recuperação do emprego formal, 98,87% das vagas criadas em 2024 foram preenchidas por pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), base de dados que reúne famílias de baixa renda no Brasil. O dado é do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foi divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Social.


Do total de 1,69 milhão de vagas formais geradas, 1,27 milhão (75,5%) foram ocupadas por beneficiários do Bolsa Família, enquanto 395 mil (23,4%) ficaram com cadastrados que não recebem diretamente o benefício.


Para o ministro Wellington Dias, os números desmontam o preconceito de que beneficiários de programas sociais não querem trabalhar. “O Caged mostra, na prática, que as pessoas do Bolsa Família e do Cadastro Único querem trabalhar, estão empregadas, mas buscam empregos decentes”, afirmou.


Formalização

Um dos principais fatores por trás do crescimento da formalização foi a chamada Regra de Proteção do Bolsa Família. Pela norma, trabalhadores que ingressam no mercado formal continuam recebendo 50% do valor do benefício por até dois anos, além de complementos específicos para gestantes, crianças e adolescentes.


Em junho de 2025, 3,02 milhões de famílias estavam protegidas por essa regra. A partir da folha de pagamento de julho, o governo implementa ajustes no mecanismo, com o objetivo de reduzir a fila de espera e priorizar famílias em situação de pobreza extrema, garantindo a sustentabilidade do programa.


Wellington Dias reforça que assinar a carteira não implica perda automática do Bolsa Família. “Estamos qualificando o público do programa em vários setores, e os resultados são excelentes”, destacou.


Outra mudança foi a consideração da média de renda dos últimos 12 meses para trabalhadores sazonais — como os do agronegócio — garantindo maior previsibilidade no benefício.


Recorte de gênero e renda

De janeiro a abril de 2025, 75% das 920 mil vagas formais criadas também foram preenchidas por cadastrados no CadÚnico, com predominância de mulheres, segundo o ministério. A explicação está nas ações de qualificação profissional e na integração entre programas sociais e empregabilidade.


Além da geração de empregos, a renda do trabalho das famílias mais pobres cresceu 10,7% em 2024, ritmo 50% superior ao avanço observado entre os 10% mais ricos (6,7%). A média geral de crescimento da renda do trabalho foi de 7,1%, segundo dados da FGV Social, com base na Pnad Contínua do IBGE.


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