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Venceu câncer e alcoolismo: a incrível vida do zagueiro que salvou a Inter de Milão

Francesco Acerbi, do Inter de Milão, celebra após marcar o terceiro gol da equipe. REUTERS/Daniele Mascolo.

A Inter de Milão conseguiu uma épica classificação para a final da Liga dos Campeões na terça-feira. Na prorrogação, o time italiano bateu o Barcelona por 4 a 3. O gol no tempo extra foi anotado por Frattesi. Mas o herói da Inter foi o zagueiro Francesco Acerbi, que balançou a rede aos 48 minutos do segundo tempo, empatou o duelo em 3 a 3 e levou a partida para a prorrogação.


Acerbi tem uma incrível história de superação. O jogador venceu o câncer duas vezes. Em julho de 2013, o zagueiro passou por uma cirurgia de emergência após diagnóstico de um tumor nos testículos. Ele retornou aos gramados mas, no final daquele ano, o câncer voltou.


Também naquela temporada, o atleta falhou em teste antidoping ao testar positivo para Gonadotrofina Coriônica, um hormônio glicoproteico. O defensor, porém, foi absolvido, já que foi comprovado que a substância é produzida a partir de certos tumores. “A Justiça foi feita e agora ele pode se concentrar exclusivamente em seu tratamento”, disse o advogado de Acerbi ao jornal Gazzetta Dello Sport no início de 2014.


“Vocês me dão força neste momento difícil com coragem e esperança. Obrigado de coração”, postou o jogador nas redes sociais naquela ocasião.


Acerbi ainda enfrentou problemas com bebidas ao longo da carreira. O jogador da Inter admitiu que gostava de baladas e muitas vezes chegava para treinar sob os efeitos do álcool. “O câncer foi minha sorte. Agradeço a Deus. Um dia comecei a gritar ‘saia do meu corpo!’. Mas seguia tendo a minha vida normal. Noites, bebidas, saía até às sete horas da manhã”, contou em entrevista ao L’Ultimo Uomo.


“Eu não me respeitava, não respeitava o meu trabalho, nem a quem me pagava. Muitas vezes chegava aos treinamentos embriagado, sem ter me recuperado dos efeitos do álcool. Fisicamente me encontrava bem porque sempre fui forte. Dormir só um pouco já era o suficiente para render”, afirmou.


“Sem a doença, eu teria acabado jogando a segunda divisão, ou talvez teria me aposentado. Por sorte, alguém lá em cima me amava e me enviou a doença. Sem ela, eu teria terminado muito mal. Nada teria me salvado. Estou satisfeito pela pessoa que me tornei, apesar de todas as minhas deficiências”, prosseguiu.


“Um ano depois da doença, acordei com um ataque de pânico. Tinha medo da minha sombra. Então, comecei a pensar nas oportunidades que tinha desperdiçado”, finalizou.


A Inter de Milão enfrenta Arsenal ou Paris Saint-Germain na grande decisão da Liga dos Campeões. Ingleses e franceses jogam nesta quarta, no Parque dos Príncipes. Na ida, o PSG triunfou por 1 a 0 fora de casa.


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