O Sindicato dos Médicos do Estado do Acre (Sindmed/AC) declarou nesta sexta-feira, 9, que a greve da categoria está suspensa, mas não foi cancelada nem considerada ilegal. Em publicação divulgada nas redes sociais, o presidente do sindicato, Guilherme Pulicci, afirmou que a população acreana não será prejudicada pela paralisação, reforçando que o movimento tem como foco a gestão da saúde estadual.
“Devemos continuar mobilizados para que, caso a gente consiga reverter judicialmente a suspensão, a gente retome o movimento com força”, afirmou Pulicci, ao defender que a greve é motivada por pendências antigas e problemas estruturais que afetam diretamente o exercício da medicina no estado.
A declaração ocorreu após a desembargadora do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), Denise Bonfim, determinar a suspensão imediata da greve dos médicos do estado, que seria deflagrada nesta sexta-feira (9).
A liminar impede a paralisação dos serviços dos profissionais médicos nos hospitais, sob pena de multa de R$ 10 mil por hora ao Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed/AC). Na decisão, a relatora, Denise Bonfim, destacou o risco de colapso na saúde pública, afirmando que “o direito à vida prevalece sobre o direito de greve”.
O presidente ressaltou que a mobilização da categoria ocorre com responsabilidade e que os casos de doenças respiratórias continuam sendo atendidos, apesar da situação crítica vivida no estado.
“O alvo dessa greve é sim a gestão, que é irresponsável nos pagamentos e no tratamento aos profissionais. Essa insatisfação é generalizada. Estamos enfrentando uma perda imensurável de profissionais”, disse.
Segundo o presidente, os profissionais reivindicam o pagamento de verbas atrasadas previstas em leis, portarias e normas, além de denunciar casos de assédio moral em diversas unidades de saúde. Ele destacou que a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) já foi informada da situação desde janeiro, mas não adotou medidas efetivas para resolver os problemas.
“A Sesacre alega que tudo está em andamento, que o problema do assédio moral está sendo resolvido, mas isso não é verdade. O secretário Pedro Pascoal foi notificado desde janeiro, conversei pessoalmente com ele, pedi resolutividade e ele preferiu ignorar”, afirmou Pulicci.
Entre os problemas apontados pelo sindicato estão a falta de estrutura física nas unidades de saúde, ausência de medicamentos e condições inadequadas de trabalho, como em Brasileia, onde há problemas com o sistema de climatização.
Diante do cenário, o sindicato reforçou que continuará atuando para mobilizar os profissionais e dialogar com a sociedade sobre a importância da valorização da medicina pública no Acre.
“Vamos conscientizar a população, porque esse é um momento muito sensível. Precisamos tentar resgatar a saúde e a medicina acreana”, concluiu Pulicci.