O Ministério Público de Barcelona entrou com recurso nesta quarta-feira (7) contra a decisão que absolveu o ex-jogador Daniel Alves da acusação de estupro. O caso agora será analisado pelo Tribunal Supremo da Espanha, instância máxima da Justiça espanhola, após o Tribunal Superior da Catalunha anular a condenação do atleta em fevereiro de 2024.
Os promotores catalães argumentam que a anulação da condenação “condenou moralmente” a mulher que denunciou o ex-jogador, e questionam os fundamentos da decisão que resultou na absolvição. Segundo a Promotoria, o depoimento da vítima, considerado “não confiável” pelo tribunal catalão, foi desqualificado sem o devido confronto com outras provas disponíveis, como impressões digitais, DNA e gravações de câmeras de segurança da boate onde o suposto crime teria ocorrido.
O caso envolve a denúncia de uma jovem espanhola, que afirmou ter sido vítima de estupro por Alves em dezembro de 2022, em uma área VIP de uma boate em Barcelona. O ex-jogador foi condenado a quatro anos e meio de prisão em fevereiro de 2024, mas o Tribunal Superior da Catalunha anulou a sentença, apontando “lacunas e imprecisões” na decisão da primeira instância.
Daniel Alves, que chegou a ficar preso por mais de um ano e foi solto após pagar fiança de 1 milhão de euros, sustentou ao longo do processo que a relação foi consensual. No entanto, ele apresentou três versões diferentes do ocorrido, o que gerou dúvidas no julgamento inicial. A vítima, por sua vez, manteve a mesma versão dos fatos desde o início.
Com o recurso da Promotoria, o Tribunal Supremo da Espanha será o responsável por dar uma palavra final sobre o caso, revisando os argumentos da acusação, da defesa e da decisão anterior do tribunal catalão.