As compras feitas com cartões cresceram 9,3% no primeiro trimestre de 2025, somando R$ 1,1 trilhão em transações, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (08) pela Associação Brasileira de Cartões (Abecs). O cartão de crédito continua sendo de longe o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, atingindo R$ 721,1 bilhões em valor transacionado no período, com um crescimento de 13,5%, seguido pela modalidade débito, com R$ 240,3 bilhões, e R$ 93,5 bilhões no pré-pago.
De acordo com o vice-presidente Abecs, Ricardo de Barros Vieira, o valor transacionado superior a R$ 1 trilhão neste primeiro trimestre de 2025 foi um marco histórico no setor. “Isso reforça a posição dos cartões como um dos principais meios de pagamentos para compras entre os brasileiros”, disse o representante da instituição, que representa a indústria de meios eletrônicos de pagamento, como bancos, fintechs e outros emissores, credenciadoras, entre outras.
No primeiro trimestre, o uso dos cartões chegou a 11,4 bilhões de transações, o que representa um incremento de 5,3% sobre igual período do ano anterior.
O cartão de crédito foi a modalidade mais usada, com 5,1 bilhões de operações, alta de 9,6%, seguido pelo cartão de débito, com 4 bilhões (alta de 0,2%), e pelo cartão pré-pago, com 2,3 bilhões (alta de 5,3%).
Gastos no exterior
Os brasileiros utilizaram mais cartões no exterior neste primeiro trimestre deste ano. O uso “cross border” aumentou 1,1%, totalizando US$ 3,8 bilhões (R$ 22,2 bilhões). Por outro lado, os gastos de estrangeiros no Brasil com cartões também voltaram a crescer forte, com alta de 14,1%, somando US$ 1,8 bilhão (R$ 10,5 bilhões).
No exterior, a Europa e os Estados Unidos continuam sendo os destinos prediletos dos brasileiros, registrando os maiores valores transacionados: R$ 9,7 bilhões e R$ 8,7 bilhões, respectivamente. Na sequência vêm os países do continente americano (excluindo os Estados Unidos), com R$ 2,4 bilhões; a Ásia, com R$ 1,3 bilhão; Oceania, com R$ 279 milhões; e África, com R$ 163,6 milhões.
Pagamentos por aproximação em alta
Os consumidores também estão utilizando cada vez mais o pagamento por aproximação. A modalidade já responde por quase 70% do total de operações realizadas até março deste ano. Só para se ter ideia da aceitação desse tipo de pagamento, em apenas 4 anos, neste mesmo trimestre de 2021, isso chegava apenas a 8%.
O uso da tecnologia NFC (Near Field Communication) no primeiro trimestre do ano subiu 38,6%, movimentando R$ 423,1 bilhões. Durante os três primeiros meses do ano, foram feitos 26,5% pagamentos por aproximação a mais, num total de 6,5 bilhões de pagamentos, ou 3 milhões de pagamentos por hora em todo o País.
Estes dados confirmam a opinião dos consumidores medida pela última pesquisa Abecs, encomendada ao DataFolha, que apontou que 71% dos brasileiros costumam pagar por aproximação, sendo que 88% daqueles que fazem essa modalidade reforçam a comodidade e rapidez como principais benefícios.
Compras não presenciais
O uso dos meios eletrônicos de pagamento pela internet e outros canais remotos, como aplicativos e carteiras digitais, movimentou R$ 261,8 bilhões, com crescimento de 16,2% no período.
Tanto os cartões de crédito, quanto os de débito, tiveram um crescimento importante: 16,6% e 16%, respectivamente, sendo que a modalidade crédito movimentou R$ 253,6 bilhões nas compras não presenciais, enquanto o débito ficou com R$ 4,1 bilhões.
A entidade destaca que o crescimento do débito online (não presencial) nos últimos seis anos (1T19 x 1T25) foi de 543,3%, demonstrando que esta modalidade vem ganhando espaço.
Compras parceladas
Assim como em outros levantamentos, o parcelamento é visto pelos consumidores como um dos grandes benefícios nas compras com cartões. O parcelado sem juros contempla 41,2% das compras totais e a maior parte das compras parceladas são em até 6 vezes (63,4%). Em seguida aparecem as compras de 7 a 12 parcelas, com 35%, e acima de 12 vezes, com apenas 1,6%. As compras à vista são 57,3% do total.
Serviços em alta
No primeiro trimestre de 2025, o segmento de serviços indicou os maiores crescimentos no valor transacionado com cartões, com pagamentos a profissionais liberais, com 37,8%, seguidos por serviços médicos (+20,6%), cuidados pessoais (+18,3%) e seguros (+18,2%).
O varejo que registrou maior crescimento em valor transacionado com cartões foi o de livrarias (+15,1%). Em segundo lugar aparece o setor de autopeças, com alta de 14,6%, seguido por roupas, sapatos e acessórios, com +13,5%. Alimentação ficou com +13,3%, e eletrônicos e eletrodomésticos com +12,7%.
Análise regional
O Sudeste continua como campeão em valores transacionados, com R$ 555,8 bilhões, um crescimento de 6,8% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. A seguir vem o Sul, com R$ 150,7 bilhões (+14,5%), seguido pelo Nordeste, com R$ 133,3 bilhões (15,6%), Centro-Oeste, com R$ 80,8 bilhões (+13,2%) e Norte, com R$ 40,7 bilhões (+14,4%).