Morte de Edmundo Pinto completa 33 anos

O Acre relembra os 33 anos do assassinato do ex-governador Edmundo Pinto neste sábado, 17 de maio, como um dos episódios mais marcantes e misteriosos da política acreana. Pinto, então Chefe do Executivo, foi morto em 17 de maio de 1992, em São Paulo, em circunstâncias que até hoje suscitam questionamentos e teorias de “conspiração” envolvendo denúncias contra autoridades e interesses políticos.


Na época do crime, Edmundo Pinto, então governador do Acre, estava hospedado no Hotel Della Volpe, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Ele se preparava para uma reunião com representantes da construtora Norberto Odebrecht, com quem discutiria possíveis irregularidades na construção de um canal em Rio Branco. A obra era alvo de denúncias de superfaturamento e envolvia o nome do então ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri.


Além disso, o ex-governador se preparava para depor em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional, que investigava o desvio de verbas federais destinadas à construção do que viria a se tornar o Parque da Maternidade — um dos maiores projetos urbanísticos de Rio Branco.


Na madrugada do dia 17 de maio, três homens armados invadiram o quarto 704 do hotel onde Pinto estava hospedado. O governador foi alvejado e morreu no local. O crime foi tratado inicialmente como latrocínio (roubo seguido de morte), mas diversas inconsistências no inquérito policial alimentaram suspeitas de que se tratava, na verdade, de um assassinato político.


Repercussão nacional e internacional


A morte de Edmundo Pinto ganhou grande repercussão à época e se tornou um dos grandes mistérios da política brasileira do início dos anos 1990. O caso foi tema de reportagens investigativas, debates no Congresso e até de questionamentos diplomáticos, dado o envolvimento de grandes empreiteiras e figuras do alto escalão do governo federal.


Netflix resgata a história em série documental


Três décadas após o crime, a história de Edmundo Pinto voltou ao debate público com o lançamento da série documental “Pacto Brutal: O Assassinato de Edmundo Pinto” (título fictício, inspirado no estilo da plataforma), exibida pela Netflix. A produção reconstitui os últimos dias de vida do ex-governador, reúne depoimentos de familiares, jornalistas, investigadores e políticos da época, e levanta hipóteses sobre os verdadeiros motivos e mandantes do crime.


A série reforça a percepção de que o assassinato de Edmundo Pinto está longe de ter sido um crime comum. Para muitos, ele foi vítima de um sistema político e econômico resistente a investigações e à transparência, num momento em que o país atravessava uma onda de escândalos e instabilidade institucional.


Legado e memória


Edmundo Pinto tinha apenas 38 anos quando foi assassinado. Eleito em 1990 pelo PDS (hoje Progressistas), era considerado uma das principais lideranças políticas da nova geração acreana. Sua morte interrompeu uma trajetória promissora e deixou marcas profundas na história política do estado.


“Não existe remédio para curar sua falta”, diz Rodrigo Pinto 33 anos após morte do pai, Edmundo Pinto


Hoje, 33 anos após o assassinato de Edmundo Pinto, o caso continua sem esclarecimento definitivo. Seu filho, o ex-vereador Rodrigo Pinto, usou as redes sociais para homenagear o pai com uma breve, mas comovente mensagem de amor e saudade: “Não existe remédio para curar sua falta”, escreveu.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias