Marina Silva nega isolamento no governo e destaca avanços na agenda ambiental

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Após enfrentar ataques no Senado e a aprovação da flexibilização do licenciamento ambiental com apoio da base do governo Lula, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a agenda ambiental do país avança, mesmo diante de divergências internas.


Em entrevista à Folha de S.Paulo, ela destacou o esforço conjunto do governo, envolvendo 19 ministérios, para reduzir o desmatamento e implementar políticas ambientais.


“Você acha que a gente teria reduzido o desmatamento no Brasil inteiro se não fosse o esforço do governo, com 19 ministérios trabalhando junto?”, disse a ministra à Folha.


Marina rejeitou a ideia de isolamento político e ressaltou que o Executivo tem agido para implementar medidas ambientais, apesar das contradições naturais de uma frente ampla.


“Existem duas agendas no governo que o tempo todo estão em evidência: a econômica e a agenda ambiental. É uma agenda que anda com as dificuldades de um modelo em disputa”, afirmou Marina.


Ela lembrou que a redução do desmatamento e a definição de metas ambiciosas para a redução de gases de efeito estufa (NDC) são resultados do empenho governamental, mesmo em um cenário político complexo.


Sobre os ataques sofridos no Senado, a ministra classificou-os como inaceitáveis e afirmou que sua saída da Comissão de Infraestrutura foi um ato político para não compactuar com tentativas de silenciamento.


Ela também revelou que está avaliando medidas judiciais contra os responsáveis pelas agressões, contando com o apoio da Advocacia-Geral da União.


Marina criticou a recente aprovação da flexibilização do licenciamento ambiental, apontando que o projeto retira decisões técnicas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e pode gerar uma “guerra ambiental” entre estados e municípios, além de excluir comunidades indígenas do processo decisório.


Ela alertou para os riscos de licenciamento simplificado em projetos estratégicos, como hidrovias e hidrelétricas, que podem causar impactos ambientais graves.


Por fim, a ministra destacou a importância da mobilização da sociedade para pressionar parlamentares a reconsiderarem posições que possam inviabilizar a proteção ambiental.


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