O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (13) que a relação entre Brasil e China “nunca foi tão necessária”, destacando a importância da parceria entre os dois países em um mundo cada vez mais “imprevisível, instável e fragmentado”. A declaração foi feita ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, durante a cerimônia de assinatura de mais de 30 acordos bilaterais em Pequim.
Lula destacou que Brasil e China estão “determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo”, em uma crítica velada às disputas comerciais lideradas pelos Estados Unidos. “Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis”, declarou o presidente brasileiro.
O líder brasileiro também mencionou a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que levou os dois países a concordarem, na segunda-feira (12), em reduzir temporariamente as tarifas de importação por 90 dias. A partir de 14 de maio, as tarifas americanas sobre produtos chineses cairão de 145% para 30%, enquanto a China reduzirá suas taxas sobre produtos dos EUA de 125% para 10%.
Durante o encontro, Lula e Xi Jinping reafirmaram seu compromisso com o “comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e discutiram a cooperação em infraestrutura, sustentabilidade e energia. O presidente brasileiro ressaltou que os “Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China para uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia” oferecem uma base para promover o diálogo e buscar a paz na Europa.
Lula também aproveitou o discurso para defender uma solução para o conflito entre Israel e Palestina. “Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel”, afirmou.
O encontro entre os dois líderes reforça a crescente aproximação entre Brasil e China em meio às tensões globais e ao fortalecimento do bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A parceria econômica entre os dois países se consolida como uma das mais importantes para o Brasil, especialmente nos setores de infraestrutura, tecnologia e energia renovável.
Os mais de 30 acordos assinados entre os dois governos incluem parcerias em áreas estratégicas, como investimentos em energia limpa, cooperação em tecnologia e ampliação do comércio bilateral. Lula destacou que a sinergia entre os projetos de desenvolvimento do Brasil e da China “mostra que dois grandes países emergentes podem cooperar e obter benefícios mútuos”.
