Com mais de 58 mil seguidores no Instagram, a influenciadora Ana Azevedo (foto em destaque) foi presa durante a Operação Faixa Rosa, que investiga a atuação de mulheres em uma célula da facção Bonde dos 40. Ao ser detida, Ana debochou da prisão como se estivesse gravando um story. “Já já tô de volta mores”, disse, mandando beijo aos fãs.
De acordo com o Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Ana usava as redes sociais para ostentar armas, atrair jovens e divulgar mensagens do crime organizado.
O conteúdo, tratado como marketing do terror, incluía vídeos com armamento pesado e frases que exaltavam a facção. A investigação revelou que ela participava ativamente de ações do chamado “tribunal do crime”, responsável por punir e executar rivais ou membros considerados “falhos” pela organização.
A prisão de Ana e outras dez mulheres expôs a estratégia cada vez mais frequente das facções, usar o apelo visual das redes para seduzir seguidores, principalmente jovens mulheres, com promessas de poder, dinheiro e status. A polícia identificou que essas influencers criminosas têm funções específicas, de disciplina interna à arrecadação de valores ilícitos, e atuam em estruturas hierárquicas com ordens, códigos e punições.
O delegado Charles Pessoa, que coordena o Draco, afirmou que não há espaço para encenação quando o assunto é crime organizado. Segundo ele, Ana ainda não compreendeu o peso do sistema penal, mas vai entender. “Ela pode até conquistar seguidores na cadeia, porque é lá que vai ficar”, afirmou.
Ana foi presa ao lado do namorado, conhecido como “Rangel Matador”, que também já tinha mandado em aberto. Na casa do casal, foram encontrados uma arma de fogo e um celular roubado. Ambos agora enfrentam acusações por tráfico, porte ilegal de arma, receptação e participação em organização criminosa.
A Justiça manteve as prisões temporárias das 11 mulheres detidas na operação.