O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu nesta quinta-feira (29) as críticas que vem recebendo pela decisão do governo de elevar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Durante evento no Paraná, Haddad classificou como “sofrimento” a pressão que enfrenta, mas afirmou que servir ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva “é sempre interessante”.
“Por mais que você sofra, com o tanto que você é criticado, que você é isso, que você é aquilo, tem o dia de hoje para apagar todo o sofrimento”, declarou Haddad na cerimônia de criação do Assentamento Maila Sabrina, em Ortigueira (PR), que contou com a presença de militantes do MST.
No mesmo evento, o presidente Lula saiu em defesa do ministro. Ao mencionar a entrega do assentamento e a atuação do governo no campo, o presidente afirmou que Haddad é um dos responsáveis pelos avanços. “Quando a gente tem gente competente para sentar numa mesa e fazer negociação, a gente consegue muitas coisas nesse país. Messias e Haddad estão de parabéns por isso”, disse, citando também o ministro da AGU, Jorge Messias.
As declarações acontecem no momento em que o governo enfrenta forte reação do Congresso ao decreto que elevou o IOF. Parlamentares articulam a votação de projetos de decreto legislativo (PDLs) para derrubar a medida, que já foi parcialmente revogada após críticas do mercado. Nesta quinta, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que “o clima é para derrubada do decreto do IOF” e deu 10 dias para o governo apresentar um plano alternativo.
Na noite de quarta-feira (28), Haddad se reuniu com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e reiterou que não há alternativa imediata à medida, alertando para o risco de paralisação da máquina pública caso o decreto seja derrubado sem compensação. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a equipe econômica trabalha em alternativas apenas para 2026, pois não abre mão da arrecadação proveniente da medida do IOF para este ano.
A alta do IOF, anunciada no último dia 22, tem como objetivo reforçar a arrecadação para garantir o equilíbrio fiscal. O governo prevê ganhos de R$ 20,5 bilhões em 2025 com a medida. Mesmo com o recuo parcial, que retirou a cobrança sobre remessas de fundos ao exterior, a proposta ainda enfrenta resistência dentro e fora da base aliada.
(com informações do jornal O Globo)