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Fila do INSS dobra em um ano e pode gerar impacto de R$ 16 bi no orçamento de 2025

A fila de espera para a análise de benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) quase dobrou em um ano e pode pressionar as contas públicas em 2025. Segundo projeção da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, o acúmulo de requerimentos poderá gerar um impacto de R$ 16 bilhões no orçamento do próximo ano.


De acordo com dados do Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS), havia 2,68 milhões de pedidos em análise em abril de 2025, um aumento de 91% em relação ao mesmo período de 2024, quando a fila somava 1,4 milhão de solicitações. O pico foi registrado em março, com 2,707 milhões de pedidos pendentes.


Benefícios mais represados

Quase metade da fila é composta por pedidos de benefícios por incapacidade, como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Em seguida, estão os requerimentos de benefícios assistenciais e aposentadorias por tempo de contribuição ou por idade.


O volume de dados atualizado pelo INSS e pelo Ministério da Previdência Social foi divulgado apenas no último dia 16 de maio. Até então, a informação mais recente era de dezembro de 2024, quando a fila contava com 2,04 milhões de pedidos.


Greve e orçamento

Segundo o relatório da IFI, a greve dos peritos médicos federais, que ocorreu entre agosto de 2024 e abril de 2025, é uma das razões para o crescimento exponencial da fila.


Com a paralisação, os atendimentos foram suspensos ou severamente reduzidos, represando os pedidos de perícia médica, etapa obrigatória para a concessão de diversos benefícios.


Agora, com o fim da greve, a expectativa da IFI é de que o ritmo de concessões aumente significativamente, o que deve gerar uma despesa de R$ 16 bilhões acima dos R$ 1,015 trilhão originalmente previstos no orçamento de 2025.


Governo aposta em bônus

Em resposta, o governo retomou o programa de pagamento de bônus a peritos e servidores do INSS por produtividade extra. A meta é acelerar a análise dos requerimentos e reduzir o tempo de espera. Contudo, quanto mais benefícios forem concedidos, maior será o impacto sobre as contas da Previdência, alerta a IFI.


A fila do INSS tem sido um dos principais focos de pressão sobre o Ministério da Previdência, que busca equilibrar a eficiência na gestão de benefícios com o controle fiscal em um cenário de aumento da judicialização e crescimento vegetativo dos gastos previdenciários.


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