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EUA negam que missão diplomática tratará de Alexandre de Moraes ou sanções contra Brasil

O governo dos Estados Unidos negou que enviará um representante a Brasília para tratar de ações do ministro Alexandre de Moraes (STF) ou de supostas sanções comerciais contra o Brasil, como afirmou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).


Segundo nota oficial da embaixada norte-americana no Brasil, a missão liderada por David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções do Departamento de Estado, discutirá temas como combate a organizações criminosas transnacionais, terrorismo e tráfico de drogas, e não temas internos da Justiça brasileira.


“O Departamento de Estado dos EUA enviará uma delegação a Brasília, chefiada por David Gamble (…), para participar de reuniões bilaterais sobre organizações criminosas transnacionais e discutir os programas de sanções dos EUA voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas”, afirmou a embaixada na sexta-feira (2).


Na contramão da versão diplomática, Eduardo Bolsonaro havia divulgado em vídeo nas redes sociais que Gamble viria ao Brasil a partir de segunda-feira (5) para dialogar com congressistas da oposição sobre supostas violações de direitos humanos atribuídas ao ministro Alexandre de Moraes. Ele também disse que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, seria alvo das conversas.


“A batata do Moraes está esquentando nos EUA”, disse Eduardo, em tom de ameaça, nas redes sociais. “Se Deus quiser, os violadores sistemáticos de direitos humanos serão punidos.”


A fala provocou reações entre juristas e analistas diplomáticos, que consideraram a tentativa de internacionalizar disputas institucionais brasileiras como irresponsável e fantasiosa.


David Gamble, conhecido no meio diplomático como “Chip”, está no cargo desde janeiro de 2025, início do novo governo Donald Trump. Ele é o principal articulador da política de sanções econômicas norte-americanas. Em seu perfil público, se define como “solucionador de problemas, hábil em construir consensos”.


Apesar da tentativa de Eduardo em relacionar a visita aos embates entre o Judiciário e a oposição bolsonarista, não há qualquer menção oficial por parte dos EUA sobre sanções ao Brasil ou interferência nos assuntos internos do Supremo Tribunal Federal.


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