A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) afirmou nesta quinta-feira (1º) que a baixa adesão aos atos do Dia do Trabalhador em São Paulo pode estar relacionada à expectativa pelo show da cantora Lady Gaga, marcado para o próximo sábado (3) no Rio de Janeiro. Segundo ela, a movimentação em torno do evento musical impactou o público presente nas manifestações organizadas por sindicatos e movimentos sociais em defesa de pautas trabalhistas, como o fim da escala 6×1.
“Estamos nas ruas neste 1º de maio evocando o conjunto dos trabalhadores. Infelizmente, a cidade de São Paulo está um pouco desfalcada por conta do show da Lady Gaga, mas, mesmo assim, o povo veio e seguiremos nas ruas até que a proposta seja aprovada na Câmara dos Deputados”, disse Erika em entrevista à CNN Brasil. A congressista é autora de um projeto que propõe a redução da carga horária semanal de 44 para 36 horas, com foco no equilíbrio entre saúde mental, qualidade de vida e produtividade.
Os atos também ocorreram em outras cidades, com divulgação articulada pelo Movimento VAT (Vamos Abolir a Tiranização), criado pelo vereador carioca Rick Azevedo (Psol-RJ). As mobilizações reivindicam o fim da jornada 6×1 — modelo que impõe seis dias consecutivos de trabalho para um de descanso — e ganharam tração nas redes sociais desde novembro do ano passado.
Nas redes, parlamentares da oposição ironizaram a justificativa de Erika, apontando contradições entre a pauta trabalhista e a explicação baseada em um evento de entretenimento. A repercussão ocorre em meio à ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nos atos deste ano. O petista optou por gravar um pronunciamento oficial em vez de participar presencialmente das mobilizações, como havia feito em 2024.
Apesar da baixa adesão em algumas capitais, parlamentares do PSOL e de outras siglas da esquerda consideram que a mobilização simbólica deste 1º de Maio reforça a pressão sobre o Congresso para avançar na tramitação de projetos trabalhistas. Erika Hilton tem usado suas redes sociais para convocar manifestações e sustentar a pauta da redução da jornada como bandeira estratégica da nova esquerda.