Eduardo Bolsonaro diz que processo no Brasil virou “achaque” e cita sanção a Moraes

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com críticas ao pedido de investigação apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.


Em declarações públicas nesta terça-feira (28), o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que os processos no Brasil “viraram meio de achaque” e comparou a atuação institucional à de “gângsteres”.


A manifestação ocorre após a PGR solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para apurar se o deputado estaria buscando interferência estrangeira em processos judiciais brasileiros, especialmente em favor do pai, que atualmente é réu por tentativa de golpe de Estado. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator de ações relacionadas ao caso.


“Eles estão confirmando tudo aquilo que a gente sempre falou: que o Brasil virou um Estado de exceção. As ações judiciais não são mais baseadas na lei, mas nos fatos políticos”, declarou Eduardo.


Na visão do parlamentar licenciado, a investigação reforça a tendência de sanção internacional ao ministro Alexandre de Moraes, articulada por membros do Partido Republicano dos EUA, incluindo o senador Marco Rubio.


Ele afirmou que há pressão para que o governo americano imponha restrições ao magistrado, o que, na avaliação de aliados de Bolsonaro, poderia fortalecer politicamente o campo bolsonarista para 2026.


“A cereja do bolo é que estão pressionando o Trump para sancionar Moraes. Um mafioso faria igual. Eles estão deixando isso exposto para todo mundo ver.”


O governo brasileiro tem tratado a eventual sanção ao ministro do STF como uma ameaça à soberania nacional, o que pode provocar um atrito diplomático com os Estados Unidos. Eduardo, no entanto, minimizou os riscos e transferiu a responsabilidade política ao presidente Lula:


“Se o governo Lula quiser comprar a briga do Moraes e mergulhar o Brasil numa disputa contra os Estados Unidos — que notoriamente são o lado mais forte —, essa será uma escolha do presidente. E se for essa a escolha, o povo vai ter que trocar de presidente, porque esse não está defendendo os interesses dos brasileiros, mas os do Alexandre de Moraes.”


O deputado está licenciado desde março e atualmente está nos Estados Unidos, onde tem se reunido com parlamentares e membros da direita americana em eventos fechados. Nas últimas semanas, intensificou declarações públicas contra o STF, a Polícia Federal e a PGR, denunciando supostas perseguições políticas.


A ofensiva internacional do grupo bolsonarista, que tenta pautar o discurso de perseguição política em fóruns estrangeiros, é vista com preocupação por setores do governo e pode aumentar a tensão institucional entre os Poderes, além de elevar os custos diplomáticos de uma eventual retaliação dos EUA.


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